São João Paulo II, fundador da JMJ
São João Paulo II é o grande responsável pela fundação, difusão e sucesso da Jornada Mundial da Juventude. Como dissemos no texto anterior sobre a JMJ, foi ele que deu início ao sonho de encontrar-se com os jovens de todo o mundo, a partir do encontro com eles realizado no âmbito das comemorações do Ano Santo da Redenção.
Karol Wojtyla
O amor de João Paulo II pelos jovens não foi algo presente apenas no seu pontificado. Ainda quando padre, bispo e cardeal, Karol Wojtyla não só apoiava, mas preocupava-se com os jovens, com as diferentes dimensões da sua vida e, em particular, com o modo como estes viviam a sua afetividade, sexualidade e amizades. Nesse contexto, antes das catequeses sobre a Teologia do Corpo, o futuro Papa dos jovens escreveu “Amor e Responsabilidade” como prenúncio daquilo que depois marcaria o seu pontificado.
Além disso, Wojtyla escreveu também diversas peças de teatro, dentre elas, “A loja do ourives” em 1960, a qual trata do drama do amor humano entre homem e mulher. Nela, o até então bispo de Cracóvia, Polónia, disse: “O amor não pode ser ensinado, mas é a coisa mais importante que deve ser aprendida”.
Jovem com os jovens
São João Paulo II compreendia a imensa importância das relações na juventude e empenhou-se em indicar bons caminhos, não só através de sua literatura, mas também com a própria vida.
Antes e durante o papado, João Paulo II foi um amante do desporto, inclusive de vários desportos radicais, do tempo de qualidade com os amigos, de boa música, de poesia, de artes em geral; não é por acaso que a JMJ, ao tomar o formato que tem hoje, começou a incorporar na sua programação, diversas atividades culturais, pois o seu santo fundador e patrono sabia o que era bom, belo e verdadeiro.
Um documento muito conhecido é a “Carta aos Artistas” escrita em 1999 destinada "a todos aqueles que apaixonadamente procuram novas 'epifanias' da beleza para oferecê-las ao mundo como criação artística".
Nessa carta escreve: “Tocamos aqui um ponto essencial. Quem tiver notado em si mesmo esta espécie de centelha divina que é a vocação artística — de poeta, escritor, pintor, escultor, arquiteto, músico, ator... —, adverte ao mesmo tempo a obrigação de não desperdiçar este talento, mas de o desenvolver para colocá-lo ao serviço do próximo e de toda a humanidade”.
Amante do desporto
Facilmente encontramos na internet registos de João Paulo II esquiando ou contemplando a natureza. Ele mesmo afirmou: “é necessário escutar a voz da natureza, para transformar a oração em admiração, como o cume de uma montanha forçada a olhar a outra”.
Numa das diversas vezes que se dirigiu aos desportistas, diz-lhes: “Desejo sobretudo que possais realizar as vossas competições naquela perspetiva, diríamos, “ascética” do desporto, que é meio de formação humana, educando para a ordem, para a lealdade e para o respeito da pessoa e das leis, além de ser escola de vigor e de elegância. Sobre tais valores constrói-se uma disponibilidade interior para o acolhimento de inspirações e atitudes sinceramente cristãs, tal como o justo e adorante reconhecimento devido ao Criador de todos os bens e Nosso Pai celeste, e ao mesmo tempo a disponibilidade de amor para com os irmãos. Por todos estes motivos, a Igreja encoraja e abençoa o desporto” (6 de fevereiro 1982).
Ele foi aos jovens...
Ao iniciar a Jornada Mundial da Juventude, João Paulo II não só acena aos jovens, mas dá-lhes espaço na Igreja para que sejam não apenas o futuro, mas protagonistas do presente. O santo Pontífice disse certa vez que “a Igreja só será jovem quando o jovem for Igreja”, por isso não mediu esforços para levar a Igreja até eles.
Ao visitar os países, fazia questão de se reunir com a juventude e na JMJ não era apenas uma “participação especial”, mas fazia-se um com os jovens: ria, cantava, exortava, profetizava e até participava nalgumas coreografias.
A sua vida entregue pelo Evangelho, deu aos jovens não apenas um pastor, mas um intercessor. Um intercessor enquanto esteve aqui e também agora que já goza do Paraíso.
Os jovens foram a ele...
Os jovens sempre acolheram o convite do Santo Padre e por isso iam a ele para ouvir o que o “Doce Cristo na Terra” tinha a dizer-lhes.
João Paulo II foi envelhecendo, perdendo as forças, mas não o vigor e o desejo de viver. Aquando da sua morte em 2005, a Praça de São Pedro ficou lotada de jovens. Uma conhecida canção brasileira em sua homenagem dizia: “foi por ter buscado a tantos jovens que em sua Páscoa a juventude veio a ti”. E isso foi real.
Os jovens que um dia foram resgatados pelo amor daquele homem que agora partia para a Casa de Deus, clamaram em uníssono: “Santo Súbito!”, “Santo Já”.
De fundador da Jornada Mundial da Juventude, agora no Céu, João Paulo II torna-se protetor, intercessor e patrono dos jovens. Das janelas do Paraíso abençoa cada um daqueles que se torna peregrino nestas longas jornadas e que no próximo ano se realizarão aqui entre nós.
Que ele continue a inspirar-nos! São João Paulo II, rogai por nós!