Encontro com os símbolos da JMJ. Testemunho de uma jovem.
“Aproveitem os símbolos!” Com grande entusiasmo, foi este o apelo que o Padre Filipe Diniz (Diretor Nacional a Pastoral Juvenil) deixou aos jovens de Setúbal no acolhimento dos símbolos a 31 de outubro na Sé. Já nessa manhã quando estive em Fátima na Capelinha das Aparições onde ocorreu a passagem da Diocese do Porto, a equipa ao entregar-nos dizia que este mês ia passar muito depressa. No entanto, logo ali, eles também evidenciaram que seriam profundas as marcas que ficariam nas nossas vidas. E não mentiram.
Logo ali em Fátima, fiquei envolta num entusiasmo muito grande pela alegria que partilharam. E seguimos rumo a Setúbal! É inquietante aperceber-me que, mais de dois meses depois desta passagem pela nossa diocese, muito ainda há para assimilar. Foi, de facto, um mês verdadeiramente intenso e a verdade é que “os símbolos” não são só símbolos. Estes símbolos transportam consigo um peso enorme e não falo do peso físico. Ao longo do mês, várias foram as provas que tive disso. Foi muito fácil de o perceber perante a azáfama de toda a gente em tocar-lhes. Os símbolos não são só símbolos quando, ao serem tocados, é a nós que tocam. E foi muito do que eu senti! Foram de grande profundidade os momentos em que estive na sua presença, contagiou-me ver a fé de tanta gente, tocou-me o “chamar de atenção” de pessoas que não sabiam ao que vinham, mas que perante o “aparato”, quiseram ficar. Quando me perguntavam: “Mas o que é se passa aqui?”, foi transformador viver na pele o: “Vinde e vede.”
É inegável a grandeza do que aconteceu na nossa diocese no passado mês de novembro. Fez-se história. Os jovens de Setúbal marcaram esta história e tudo isto em nome de Jesus. Quão agradecida sou por ter vivido tudo isto em Seu nome e por Seu amor.
O caminho até à Jornada Mundial da Juventude já começou há muito, mas, a cada dia que passa, torna-se mais real. A presença dos símbolos veio intensificar ainda mais isso, dar ainda mais sentido. Quem é que não quer aproveitar isto? Quem é capaz de recusar este convite de Jesus? Ele estende-nos a mão, estende-nos a mão a este amor. Precisamos de amar o que Ele nos quer dar. E são tantas as maravilhas que Ele opera em nós quando nos abrimos a Ele e à sua vontade.
Quando penso no que esta vivência foi para mim, concluo que foi um grande sinal de esperança, que foi uma marca que eu quero cuidar e onde quero recorrer quando sentir que a minha fé se está a abalar. Como é que isto se consegue? É preciso continuar a caminhar, é preciso abrir-me ao Espírito porque esta missão é, sem dúvida, muito rica. Mais do que o estar ao serviço é ser serviço com os meus irmãos. Os símbolos recordaram-me esta capacidade que Jesus tem de ir ao particular, de ir ao singular de ir ao meu eu e de me dizer: “Tu és importante para mim. Este amor é também para Ti.”. Sinto-o e continuo-o a sentir nas partilhas que vou tendo com os meus irmãos, que este toque de Jesus (mais do que um toque físico nos símbolos) fez-lhes diferença, que perante muitos questionamentos que vão tendo, eles continuam a querer ser sinal de Igreja.
Os símbolos foram também isto: uma experiência de Igreja. Com a graça de Deus, tive oportunidade de presenciar vários momentos ao longo do mês e, de comunidade em comunidade, de paróquia em paróquia, vi muito Jesus a operar na vida das pessoas. Um Jesus que chegou a tantas delas através dos símbolos. Da passagem dos símbolos pela minha comunidade, guardo especialmente a contemplação pelo silêncio. Recordo-me de um momento específico, durante a vigília de oração, em que me aproximei deles e que os meus pensamentos eram só: “Isto está mesmo a acontecer? Estou mesmo a viver isto?” Senti-me uma privilegiada por estar ali, em casa, a sentir algo muito maior que eu.
Outro momento que recordo com um carinho especial é, irrevogavelmente, o Dia Mundial da Juventude. Também aqui não deixei de me sentir uma privilegiada por viver tremenda graça. Neste ano especial, os símbolos podiam estar em qualquer lado do país, mas estiveram em Setúbal. É o tempo de Deus a fazer o que melhor sabe: surpreender-nos. Como Nossa Senhora se levantou e partiu apressadamente para visitar sua prima Isabel, assim também aconteceu com estes jovens que aceitaram o convite de se fazerem presentes no Santuário do Cristo Rei.
Desejo muito que chegue agosto, que chegue a visita do Santo Padre e com ele a partilha de fé com tantos e tantos jovens do mundo inteiro. Desejo que cada um de nós sinta no seu coração esta “pressa no ar”, mas uma pressa com sentido de encontro, de comunhão, de fraternidade. Não há dúvidas que é tempo de nos levantarmos, de caminharmos juntos com alegria. E esse tempo é agora! Que sejamos como Maria que é a primeira a dizer “sim” e também como Jesus que é esta Boa Nova que não podemos deixar de partilhar. Somos Igreja quando partilhamos Jesus, quando damos testemunho do seu amor infinito por cada um de nós.
É, de facto, difícil de explicar o alcance que estes símbolos tiveram. Esta peregrinação marca, profunda e irremediavelmente, a vida dos jovens de Setúbal. Que esta passagem seja muito mais que uma passagem, que tenha sido/seja um canal de encontro mais estreito com Jesus Cristo e Sua Mãe, que o aproximar (apressado) da JMJ traga para a Igreja de Setúbal tantas ou mais graças do que aquelas que foram vividas durante estes dias em que os símbolos por cá peregrinaram.
Tatiana de Jesus (Paróquia do Divino Espírito Santo, Montijo)