A perseguição religiosa no mundo

A perseguição religiosa no mundo

A perseguição religiosa no mundo

Não é muito difícil vermos nos telejornais e na internet notícias sobre a perseguição religiosa. É uma triste realidade que assola todo o mundo e que, sem dúvida, desagrada o coração de Deus, que ama a todos, sem distinção.

Apesar das muitas notícias, a comunicação social parece fechar os olhos aos milhares de casos de perseguição aos cristãos e, principalmente, aos católicos, como se essa não fosse também uma realidade terrível.

O Papa Francisco e a perseguição

Conhecido como grande promotor da paz e da unidade, o Papa Francisco já se pronunciou algumas vezes sobre o tema da perseguição religiosa. Numa das ocasiões, disse:

"Como é possível que hoje muitas minorias religiosas sofram discriminação ou perseguição? Como permitimos que nesta sociedade altamente civilizada existam pessoas que são perseguidas simplesmente por professar publicamente a sua fé? Isso não só é inaceitável, é desumano, é insano". "Como seres humanos, temos tantas coisas em comum que podemos conviver acolhendo as diferenças com a alegria de ser irmãos. Que uma pequena diferença, ou uma diferença substancial como a religiosa, não obscureça a grande unidade de ser irmãos. Vamos escolher o caminho da fraternidade. Porque ou somos irmãos, ou todos perdemos", concluiu.

Relatório anual

A “Ajuda à Igreja que sofre” (AIS), uma associação pontifícia que presta auxílio a diversas realidades da Igreja em todo o mundo, apresenta anualmente, desde 1999, um Relatório sobre a perseguição religiosa no mundo.

O Relatório 2020/2022 está disponível no site da associação e pode ser consultado por todos. Trazemos aqui alguns dados do Relatório “Perseguidos e Esquecidos?”.

“Os Cristãos são assassinados por toda a África, as suas igrejas atacadas e as suas aldeias arrasadas. No Paquistão, são detidos injustamente sob falsas acusações de blasfémia. Meninas cristãs são raptadas, violadas e forçadas à conversão e a casar-se com homens de meia-idade, em países como o Egipto, Moçambique e Paquistão. Na China e Coreia do Norte, governos totalitários oprimem os fiéis, controlando cada um dos seus passos. E, como este Relatório demonstra, a lista de abusos continua”, disse o Pe. Andrew Adeniyi Abayomi no relatório da AIS. O sacerdote nigeriano é testemunha ocular de atentados contra a fé católica. 

"Eu ainda estava a celebrar a Missa quando ouvi as explosões. Estava no santuário, a colocar incenso no turíbulo, a preparar a procissão do lado de fora da igreja, quando ouvi dois grandes estrondos e vi os meus paroquianos em pânico, a correr em várias direções. Alguém correu até mim e gritou: 'Padre, homens desconhecidos armados!' (...) Enquanto as balas enchiam o ar, eu só pensava em como salvar os meus paroquianos. Alguns conseguiram trancar a porta da entrada e eu chamei as pessoas para entrarem na sacristia. Dentro da sacristia, não conseguia mexer-me: as crianças rodeavam-me e os adultos agarravam-se a mim. Protegi-os assim, como uma galinha protege os seus pintainhos", relatou Pe. Abayomi, que viu a sua paróquia invadida no Pentecostes de 2022 e 40 paroquianos mortos e outros tantos feridos gravemente.

Conclusões do Relatório

O Relatório apresenta algumas conclusões, que veremos a seguir, mas vale a pena lê-lo na íntegra, pois, é uma forma de rezar com um maior conhecimento, pelos nossos irmãos e irmãs que sofrem perseguição por acreditarem e professarem a sua fé em Cristo, assim como nós.

• Em 75% dos países sob análise a opressão ou perseguição aos Cristãos aumentou.
• Em África, a situação dos Cristãos piorou em todos os países em análise, com provas de um grande aumento de violência genocida por parte de participantes militantes não-estatais, incluindo jihadistas.
• No Médio Oriente, a migração contínua aprofundou a crise, ameaçando a sobrevivência de três das mais antigas e importantes comunidades cristãs do mundo, localizadas no Iraque, na Síria e na Palestina.
• Na Ásia, o autoritarismo do Estado tem sido o fator crítico que provoca o aumento da opressão contra os Cristãos na Birmânia (Mianmar), na China, no Vietname e noutros lugares. O país onde se verifica, de forma mais grave, o atropelamento da liberdade religiosa e de consciência é a Coreia do Norte.
• Noutras regiões da Ásia, o nacionalismo religioso tem provocado o aumento da perseguição contra os Cristãos no Afeganistão, na Índia, no Paquistão e noutros países.

Clique aqui e aceda ao site da Ajuda à Igreja que sofre (AIS) para ter acesso ao relatório na íntegra.

Quarta, 29 de Março de 2023