Santa Gianna e Chiara Corbella: Mães que entregaram a vida pelos filhos

Santa Gianna e Chiara Corbella: Mães que entregaram a vida pelos filhos

Santa Gianna e Chiara Corbella: Mães que entregaram a vida pelos filhos

Nas vésperas do Dia da Mãe, queremos recordar com devoção e carinho, mães santas que deram a vida para que os seus filhos tivessem vida em abundância.

Unidas a Cristo, Santa Gianna Beretta Molla e a Serva de Deus Chiara Corbella, viveram a sua cruz, oferecendo as suas vidas em favor da vida dos seus filhos.

Martírio das Mães

Se pensarmos um pouco, todas as mães vivem um certo tipo de “martírio” quotidiano, ao abdicarem de pensar em si mesmas e no seu próprio bem, para se entregarem ao cuidado, educação e formação dos filhos.

Há uns tempos atrás, dizia o Papa Francisco: “Em certo sentido, a maternidade é uma espécie de martírio. Na sua entrega generosa, as mães concebem os filhos no seu seio, dão à luz, amamentam, educam e dão afeto: oferecem as suas vidas aos filhos, um verdadeiro martírio materno! Agradeçamos às mães por tudo o que são na família, e por aquilo que dão à Igreja e ao mundo”.

Assim foi, sem dúvida, a vida destas duas santas mulheres do nosso tempo.

Santa Gianna Beretta Molla

“Se deveis decidir entre mim e o filho, nenhuma hesitação: escolhei – e isto o exijo – a criança. Salvai-a”.

Esta frase define a entrega de Santa Gianna. Em nenhum momento pensou em si mesma e não hesitou em escolher a vida da sua filha, em detrimento da sua própria vida.

Gianna era médica, o que é também um indicador do seu amor pela vida e pelo Deus da vida. Com muito amor cuidava de todos os seus pacientes.

Teve quatro filhos e com eles e com o seu esposo, procurava viver o querer de Deus em tudo, inclusive, experimentando a Divina Providência, da qual dizia: “Viver a Providência é aceitar a vontade de Deus nas nossas vidas”.

Em 1961, quando terminava o segundo mês de gravidez, sofre uma enfermidade: um fibroma no útero.

Quando vai para a cirurgia, Gianna pede ao médico que salve o bebé que levava no ventre. Nos sete meses seguintes de gravidez, a santa vive com apreensão, mas com muita esperança de que a sua filha não nasça doente.

Dias antes do parto, e diante do que poderia acontecer, pede, uma vez mais, que salvem a sua filha em detrimento da sua própria vida. A bebé, Joana Manuela, nasceu a 21 de abril de 1962.

Muitos foram os esforços para que as duas vivessem, mas sete dias depois, dizendo "Jesus, amo-te", morreu Santa Gianna aos 39 anos.

Sobre ela, disse São Paulo VI: “uma jovem mãe da Diocese de Milão que, para dar a vida à sua filha, sacrificava, com imolação meditada, a própria".

Serva de Deus Chiara Corbella Petrillo

Se o testemunho de Santa Gianna Beretta é atual, o da Serva de Deus Chiara Corbella Petrillo é-o ainda mais. Chiara morreu aos 28 anos em 2012, também em Itália.

Católica fervorosa, Chiara fez uma profunda experiência de Deus no Renovamento Carismático Católico. Numa viagem ao conhecido Santuário de Nossa Senhora de Medjugorje, na Bósnia, conheceu o seu esposo.

Na primeira gravidez, o bebé era anencéfalo e, apesar de muitas pessoas recomendarem a interrupção da gravidez, seguiram com ela. A criança nasceu, batizaram-na, viveu meia hora, mas tornou-se filha amada de Deus.

A segunda gravidez também não foi fácil: a criança não tinha os membros inferiores. Mais um drama para o jovem casal que não hesitou e assumiu aquela vida até ao fim. O bebé nasceu, mas morreu logo após o parto.

Confiantes em Deus e sabendo da importância da ciência, após vários exames, Chiara engravidou novamente e de uma criança totalmente saudável. Mas novamente um drama os atingiu: desta vez, a enfermidade recaiu sobre a própria Chiara Corbella que foi acometida por um cancro na língua.

Chiara teria que recorrer à quimioterapia, o qual não seria imoral, nem contra os ensinamentos da Igreja, contudo, sabendo dos riscos que poderia haver para o seu filho, disse: “Não, o meu filho é o meu filho, e eu, mesmo que morra, vou ter o meu filho”.

Quando a criança nasceu, o cancro já se tinha tornado irreversível.

Sabendo da proximidade da sua Páscoa, Chiara Corbella escreveu uma carta a Francesco, seu filho, onde dizia:

“Vou para o céu, para cuidar da Maria e do David. Tu ficas aqui com o papá. De lá rezarei por vocês. És especial e tens uma grande missão. O Senhor escolheu-te e eu te mostrarei o caminho a seguir, se quiseres abrir o coração. Confia em mim, vale a pena. Assinado: Mamã”. 

Passou os últimos momentos da vida em casa com a sua família. Faleceu aos 28 anos, a 13 de junho de 2012 com fama de santidade, tornando-se exemplo de entrega.

Sobre ela, disse o Cardeal Agostino Vallini: “o que Deus preparou através dela é algo que não podemos perder”.

Olhemos para estas duas santas mulheres e peçamos que Deus, pela intercessão de ambas, nos inspire uma corajosa fidelidade aos Seus planos e à nossa vocação.
 

Quinta, 4 de Maio de 2023