Sacerdócio, uma vocação ao martírio
Este mês celebramos São João Maria Vianney, padroeiro dos párocos e de todos os padres. Ele, fiel a Deus e às promessas da sua ordenação sacerdotal, realizou uma verdadeira revolução em Ars, cidade onde era pároco. Pelo zelo na celebração da Eucaristia e pela disposição em ministrar todos os sacramentos, o Cura d’Ars pôde contemplar uma grandiosa transformação no povo.
Mas São João Maria Vianney não é o único exemplo de padre que transformou a realidade onde vivia. Outros, além de entregarem a vida no ministério, celebrando, confessando e ministrando os outros sacramentos, foram até às últimas consequências, imitando Jesus Cristo na entrega total, no martírio.
São Maximiliano Maria Kolbe
Na Polónia, por exemplo, podemos venerar São Maximiliano Maria Kolbe, sacerdote apaixonado pela Igreja e grande devoto de Nossa Senhora que, pelos meios de comunicação, anunciou sem medo e com muita ousadia, a ação de Deus por intermédio de Nossa Senhora.
São Maximiliano é mártir, deu a vida por Cristo no sentido mais estrito da expressão. Foi uma entrega genuína, generosa e livre para que outra pessoa tivesse vida e a possibilidade de cuidar dos seus.
O santo foi preso em 1941 pela Gestapo, vítima do nazismo que matou tanta gente. Depois foi levado para Auschwitz com outros 320 presos. Em julho daquele ano, três prisioneiros escaparam e como punição, outros 10 foram levados para uma cela onde ficavam privados de luz, água e comida até morrerem.
Franciszek Gajowniczek foi um dos escolhidos, mas gritou: "A minha pobre mulher e os meus filhos que não os volto a ver". São Maximiliano ante aquela terrível situação, ofereceu-se para substituir aquele pobre homem.
Naquele contexto de morte, o padre celebrava a Santa Missa e cantava os louvores de Deus. Depois de mais de 15 dias sem comer e beber, só o Pe. Kolbe e outros três sobreviveram, contudo, como queriam a cela vazia para continuar a barbárie, deram uma injeção de ácido carbónico em São Maximiliano e ele faleceu.
Outros padres mártires
Além de São Maximiliano Maria Kolbe, muitos outros padres santos entregaram a vida por não negarem a fé em Jesus Cristo e a pertença à Igreja Católica. Citamos alguns:
· São João Nepomuceno - este grande santo nascido na República Checa era pregador na corte de Venceslau IV em Praga e confessor oficial da rainha. O seu martírio aconteceu por defender um dos princípios do Sacramento da Confissão: o segredo. Como não quis contar os pecados da rainha, o rei, mandou torturá-lo e lançá-lo ao Rio Vitava;
· São Thomas Becket - nascido em Londres em 1128, este bispo santo também foi assassinado por zelar pela verdade da Igreja Católica, não cedendo ao reinado e condenando/excomungando os bispos que se estavam a envolver em situações ilícitas;
· Santo André de Soreval - nascido em São Vicente, no litoral de São Paulo, Brasil, em 1572, foi morto durante a Guerra da Restauração, tornando-se um dos Protomártires do Brasil. Este sacerdote foi martirizado juntamente com 28 companheiros, dentre eles, outro padre. O massacre aconteceu enquanto celebrava a Santa Missa e foi promovido por tropas da Holanda e protestantes calvinistas que queriam impedir o avanço do império português no Brasil. O martírio aconteceu em Cunhaú, no Rio Grande do Norte.
No martírio, gerar vida
No martírio, estes padres santos uniram-se ainda mais perfeitamente ao Cristo a quem serviram durante toda a vida. A sua entrega foi semente para que outros cristãos tivessem a coragem de também eles tomarem a sua cruz para seguir o Senhor fielmente.
Peçamos também para nós a grande graça da fidelidade!
Padres santos e mártires, rogai por nós!