Laudate Deum, a nova exortação do Papa Francisco sobre o meio ambiente
A nova Exortação Apostólica do Papa Francisco tem destinatários e tema certeiros: "a todas as pessoas de boa vontade sobre a crise climática". "Laudate Deum" ou "Louvai a Deus" foi lançada no dia 4 de outubro de 2023, dia de São Francisco de Assis, padroeiro e protetor dos animais e do meio ambiente, oito anos após o lançamento da Carta Encíclica "Laudato Si", sobre o cuidado da Casa Comum.
Laudato Deum
No início da Carta Apostólica, o Papa Francisco explicita o objetivo do documento: “A reflexão e as informações que pudemos recolher destes últimos oito anos permitem-nos especificar e completar o que afirmámos há algum tempo. Por este motivo e porque a situação se vai tornando ainda mais urgente, quis partilhar convosco estas páginas”, inicia o Sumo Pontífice.
A inspiração para o nome do documento papal vem de uma parte conhecida dos escritos de São Francisco de Assis, que diz: “Louvai a Deus por todas as suas criaturas!”.
O Papa Francisco mostrou-se sempre muito preocupado com a “Casa Comum”, ou seja, com o Meio Ambiente e tudo o que influencia a qualidade de vida do planeta, trazendo luz às reflexões feitas por diversas Entidades em todo o mundo.
A Igreja também se mostra preocupada com a Criação, visto que não podemos desprezar aquilo que foi criado e nos foi dado com amor pelo Criador, Nosso Deus e Senhor. Assim, as grandes mudanças climáticas e todas as crises que a rodeiam, não poderiam deixar de ser alvo das reflexões do Santo Padre e da preocupação da Igreja. Apesar de não “sermos deste mundo” (cf. Jo 17,16), estamos neste mundo e dele devemos cuidar e zelar.
Crise Climática
“Por muito que se tente negá-los, escondê-los, dissimulá-los ou relativizá-los, os sinais da mudança climática impõem-se-nos de forma cada vez mais evidente. Ninguém pode ignorar que, nos últimos anos, temos assistido a fenómenos extremos, a períodos frequentes de calor anormal, seca e outros gemidos da terra que são apenas algumas expressões palpáveis duma doença silenciosa que nos afeta a todos. É verdade que nem todas as catástrofes se podem atribuir à alteração climática global. Mas é possível verificar que certas mudanças climáticas, induzidas pelo homem, aumentam significativamente a probabilidade de fenómenos extremos mais frequentes e mais intensos”, escreveu o Papa sobre a crise climática.
O documento papal lança um grande alerta: apesar de poucas pessoas se preocuparem realmente com as questões climáticas, todos serão afetados pelo resultado das mudanças climáticas abruptas. Quantos desastres naturais ocorreram nos últimos anos e tiraram tantas vidas, sem distinção de cor, classe social, religião, idade e escolhas?
“Já são irreversíveis, pelo menos durante centenas de anos, algumas manifestações desta crise climática, como o aumento da temperatura global dos oceanos, a acidificação e a redução do oxigénio. As águas dos oceanos possuem uma inércia térmica, sendo necessário séculos para normalizar a temperatura e a salinidade, com consequências para a sobrevivência de muitas espécies. Este é um sinal, entre muitos, do facto que as outras criaturas deste mundo deixaram de ser nossas companheiras de viagem para se tornar nossas vítimas”, recordou o Papa Francisco.
Conclusão
Ao terminar esta Exortação Apostólica, o Papa Francisco relembra-nos que “‘Laudate Deum’ é o título desta carta, porque um ser humano que pretenda tomar o lugar de Deus torna-se o pior perigo para si mesmo” e também nos faz um chamamento:
“Convido cada um a acompanhar este percurso de reconciliação com o mundo que nos alberga e a enriquecê-lo com o próprio contributo, pois o nosso empenho tem a ver com a dignidade pessoal e com os grandes valores. Entretanto não posso negar que é necessário sermos sinceros e reconhecer que as soluções mais eficazes não virão só dos esforços individuais, mas sobretudo das grandes decisões da política nacional e internacional”.
Unamo-nos ao Santo Padre, promovendo um cuidado integral da Casa Comum.
Para ler a Exortação Apostólica Laudate Deum, aceda aqui.