A Eucaristia, presença viva do Senhor
Estamos a percorrer um belo caminho de conhecimento e de vivência da adoração. E quando abordamos este tema, vem-nos imediatamente à mente e ao coração a “Adoração Eucarística”, aqueles momentos profundos perante a Santíssima Eucaristia, Corpo e Sangue de Cristo presentes na hóstia consagrada, presença viva do Senhor.
A presença de Cristo na Eucaristia
A presença real de Jesus Cristo na Eucaristia é um mistério central da fé cristã, afirmado e celebrado ao longo dos séculos por santos e papas. Esta doutrina fundamental ecoa nas palavras de São João Paulo II, que expressou a convicção profunda de que, no Sacramento da Eucaristia, o pão e o vinho se tornam verdadeiramente o corpo e o sangue de Cristo. “Eis aqui o tesouro da Igreja, o coração do mundo, o penhor da meta pela qual, mesmo inconscientemente, suspira todo o homem”, disse o papa polaco.
Santos como Santo Agostinho, na sua busca por compreender a magnitude deste mistério, exaltaram a presença real como uma expressão suprema do amor de Deus, que se manifesta de forma tangível no simples acto de partilhar o pão consagrado. “A Eucaristia é o pão de cada dia que se toma como remédio para a nossa fraqueza de cada dia”, reflectiu o grande Doutor da Igreja. Para os santos, a Eucaristia é um encontro íntimo com o Senhor, uma comunhão que transcende as limitações do espaço e do tempo.
Memorial do Sacrifício
O Papa Francisco, continuando com esta tradição, realçou a Eucaristia como fonte e ápice da vida cristã, salientando que a presença real de Cristo na hóstia consagrada é um memorial vivo do sacrifício redentor. Nas suas palavras, "a Eucaristia cura porque nos une a Jesus: faz-nos assimilar o seu modo de viver, a sua capacidade de partir-se e doar-se aos seus irmãos e irmãs, de responder ao mal com o bem. Doa-nos a coragem de sairmos de nós mesmos e de nos inclinarmos com amor para a fragilidade dos outros".
Assim, ao longo da história da Igreja, santos e papas têm proclamado a presença real de Jesus na Eucaristia como um tesouro inestimável, uma fonte de graça e um sinal palpável da proximidade divina. Esta doutrina é, portanto, um convite à contemplação e à adoração, conduzindo os fiéis a uma experiência mais profunda da presença viva de Cristo nas suas vidas.
Os santos e a Eucaristia
Santos ao longo dos séculos testemunharam com ardor a presença real de Jesus Cristo na Eucaristia, deixando-nos pérolas espirituais que ressoam através do tempo. São Tomás de Aquino, doutor da Igreja, afirmou com profunda sabedoria que “a Comunhão destrói a tentação do demónio”.
Santa Teresa de Ávila, mística e doutora da Igreja, expressou nas suas experiências contemplativas a intensidade deste encontro sacramental. “Devemos estar na presença de Jesus Sacramentado, como os Santos no céu, diante da Essência Divina”, exortou.
São Pedro Julião Eymard, grande santo devoto da Sagrada Eucaristia e um dos maiores divulgadores dos benefícios da Adoração Eucarística, reflectia dizendo que “querendo unir-se a cada uma das nossas almas, (Jesus) instituiu a Eucaristia, onde, diariamente, se celebram as suas bodas com a alma cristã”.
A Serva de Deus Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos Focolares presente em todo o mundo, dizia: “enquanto existir a Eucaristia eu nunca estarei só. Enquanto existir um sacrário, não terei solidão”.
Estas vozes santas ecoam a convicção de que a Eucaristia não é apenas um rito simbólico, mas a realidade viva da presença de Cristo.
A nós, irmãos e irmãs, cabe-nos inspirarmo-nos nos testemunhos destes santos amigos do Senhor para também nos aproximarmos do Banquete da Eucaristia e dos tabernáculos das nossas igrejas, com a firme convicção de que é o próprio Jesus que nos espera para nos amar, salvar, libertar e enviar para proclamar a Sua Boa Nova da salvação a todos.