O que os santos ensinam sobre a Adoração e a Eucaristia?
Neste período em que temos trilhado um belo percurso de formação, conhecimento e proximidade com a Sagrada Eucaristia e a Adoração, percebemos o quanto a santidade está intrinsecamente ligada à relação dos santos com o Corpo e Sangue de Jesus Cristo e ao tempo que dedicaram diante da Eucaristia, adorando e louvando o Senhor.
Fonte de santidade
Na Eucaristia, o próprio Deus oferece-se como alimento. Desta forma, Ele torna-se, no comungante, uma fonte de amor, misericórdia e, consequentemente, de santidade. Quem segue o caminho recto, ama a Deus e procura a santidade, encontra na Santíssima Eucaristia – Corpo, Sangue, Alma e Divindade do Nosso Senhor – todas as forças necessárias para tomar as decisões certas, renunciando aos excessos.
Se Jesus é o Santo dos santos, ao comungá-Lo, partilhamos da sua santidade. Ao encontrar-se também com o nosso desejo de Céu, o Senhor pode abençoar-nos abundantemente e transformar-nos, tornando-nos mais semelhantes a Ele, em tudo: nas atitudes, nos pensamentos, nas palavras.
Santa Faustina Kowalska, conhecida como a Secretária da Divina Misericórdia, reflecte sobre a importância da Divina Eucaristia para a continuação do seu apostolado e para prosseguir realizando a vontade de Deus que tantas vezes foi posta à prova, até mesmo pelos seus superiores. “Tenho medo do dia no qual não tenho a santa Comunhão. Este Pão dos fortes dá-me toda a energia para levar adiante esta obra e tenho coragem para cumprir tudo o que o Senhor exige. A coragem e a força que estão em mim não me pertencem, mas sim Àquele que mora em mim — a Eucaristia”, meditou a santa polaca.
A Eucaristia livra-nos do pecado
São Tomás de Aquino, grande Doutor da Igreja, autor do magnífico hino “Tão Sublime Sacramento” dedicado à Eucaristia e escrito no século XIII, por ocasião da instituição da Solenidade de Corpus Christi, lembra-nos outra ‘função’ da participação neste Sacramento. “O sacramento da Eucaristia preserva-nos dos pecados e da morte eterna. Pelo facto de que nos unimos a Cristo pela graça e esta faz crescer a vida espiritual do homem como um manjar e remédio espiritual. A Eucaristia é um sinal da Paixão de Cristo, pela qual foram vencidos os demónios”, recordou.
Outro grande Doutor da Igreja, Santo Afonso Maria de Ligório, fundador da Congregação do Santíssimo Redentor, os Redentoristas, ajuda-nos a compreender que a Eucaristia é a força de Deus em nós para as lutas do dia a dia. “Ficai certos de que todos os instantes da vossa vida, o tempo que passardes diante do Divino Sacramento será o que vos dará mais força durante a vida, mais consolação na hora da morte e durante a eternidade”, exortou. O santo ainda lembrou que comungar também exige do comungante, do fiel, uma postura diferente. Sendo a Eucaristia a presença real do Nosso Senhor Jesus, é necessário mudar de vida para viver em conformidade com o Divino Alimento que recebemos. “A comunhão diária não pode conviver com o desejo de aparecer, vaidade no vestir, prazeres da gula, comodidades, conversas frívolas e maldosas. Exige oração, mortificação, recolhimento”, disse Santo Afonso.
S. Pedro Julião Eymard, grande divulgador da devoção à Santíssima Eucaristia, questiona e ao mesmo tempo responde a uma questão sobre a santidade. "Como é possível alcançar a santidade sem se entregar a Jesus na Eucaristia para ser absorvido por Ele?" Só em Jesus existe verdadeira santidade. Ele é a nossa inspiração, o nosso objectivo, o nosso Caminho, a nossa Verdade, a nossa Vida.
Na Santa Missa, avancemos em direcção à Eucaristia para nos alimentarmos Daquele que é sacerdote, banquete e alimento. Na Adoração Eucarística, inclinemos o nosso coração diante Daquele que tem para nós vida nova, milagres, prodígios e sinais.
Que os santos e as santas de Deus nos aproximem do grande mistério da Eucaristia.