Entre Palmas e Ressurreição: Descobrindo o Verdadeiro Espírito da Semana Santa
Estamos prestes a iniciar a semana mais importante do ano para nós, católicos, e queremos trazer uma breve reflexão para nos aprofundarmos ainda mais no mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.
A Semana Santa, e mais especificamente o Tríduo Pascal, convida-nos a recordar os dias em que Jesus Cristo, Nosso Senhor e Salvador, viveu o ponto alto da Sua missão salvífica.
Domingo de Ramos
Iniciamos a Semana Maior com a celebração do Domingo de Ramos e da Paixão do Nosso Senhor. A celebração começa com o agitar dos ramos para acolher o Messias que vem, mas também já recordamos a Paixão e Morte do Senhor. Santo Afonso Maria de Ligório provoca-nos: “Imaginemos ver Jesus na sua entrada triunfal em Jerusalém. O povo em júbilo lhe vai ao encontro, estende os seus mantos na estrada e juncam-na de ramos de árvores. Ah! Quem teria dito então que o Senhor, acolhido agora com tão grande honra, dentro de poucos dias teria de passar ali como réu, condenado à morte? Mas é assim: O mundo muda num instante o Hosanna (Hosana) em Crucifige (crucifica-O). E não obstante isso somos tão insensatos, que por um aplauso, por um nada nos expomos ao perigo de perdermos para sempre a alma, o paraíso de Deus”.
Quinta-feira Santa
Marcada pela Missa dos Santos Óleos e também pela Missa da Instituição da Eucaristia, a Quinta-feira Santa inaugura o Tríduo Pascal. A celebração nocturna, que faz memória da Última Ceia, lembra-nos que Cristo não nos quis deixar sozinhos. Deu-nos o Seu Corpo e Sangue, memorial vivo da Sua entrega de amor.
Além disso, naquela última ceia, instituiu o sacerdócio, ministério através do qual passa não só a Eucaristia, mas todos os demais sacramentos. Naquela noite de refeição e preparação, Jesus oferece a Eucaristia aos Seus amigos e convida-os a continuar a realizar este gesto, em memória do Seu Amor e Salvação.
"'Desejei ardentemente comer convosco esta Páscoa, antes de padecer' (Lc 22, 15): com estas palavras Jesus inaugurou a celebração do seu último banquete e da instituição da Sagrada Eucaristia. Jesus foi ao encontro daquela hora, desejando-a. No seu íntimo, esperou aquele momento em que haveria de dar-Se aos seus sob as espécies do pão e do vinho. Esperou aquele momento que deveria ser, de algum modo, as verdadeiras núpcias messiânicas: a transformação dos dons desta terra e o fazer-Se um só com os seus, para os transformar e inaugurar assim a transformação do mundo", reflectiu o Papa Bento XVI sobre esse dia tão especial.
Sexta-feira Santa
Apesar de não ser o dia mais importante do Tríduo Pascal, a Sexta-feira Santa leva-nos a recordar o dia fatídico em que Cristo, a nossa Páscoa, foi imolado. É um momento de encontro com o crucificado e a Sua cruz, o madeiro da redenção.
É um momento de conflito de sentimentos: indignação e gratidão, luto e esperança, tristeza e alegria. Jesus entrega-Se por amor ao Pai e pelas nossas vidas. Entrega-Se como uma ovelha muda que caminha em direcção ao matadouro e não murmura sobre o seu sacrifício.
Santo Afonso de Ligório ajuda-nos a meditar sobre esse dia: “Morreu! Ó Deus! Quem é que morreu? O Autor da vida, o Unigénito de Deus, o Senhor do mundo. Ó morte, que fizeste pasmar o céu e a natureza! Um Deus morrer pelas suas criaturas! — Vem, minha alma, levanta os olhos e contempla esse Homem crucificado. Contempla o Cordeiro divino já imolado sobre o altar da dor; lembra-te de que Ele é o Filho dilecto do pai Eterno, e que morreu pelo amor que te tem dedicado. Vê esses braços abertos para te acolherem; a cabeça inclinada para te dar o ósculo de paz; o lado aberto para te receber. Que dizes? Não merece ser amado um Deus tão bom e tão amoroso? Ouve o que do alto da sua cruz te diz o Senhor: Meu Filho, vê se há alguém no mundo que te tenha amado mais do que eu, teu Deus!”.
Sábado Santo e Domingo de Páscoa
O sábado é o dia do silêncio, aquele dia em que a Igreja sobreviveu apenas no coração da Santíssima Virgem Maria, aquela que sempre acreditou nas Palavras e Promessas do Seu Filho Jesus.
É um dia diferente dos outros. O Senhor está morto, sepultado, adormecido. Segundo a tradição, é o dia do encontro entre Jesus e Adão, o dia da libertação daqueles que estavam adormecidos. Mas sobre isso falaremos mais num novo texto.
O Domingo de Páscoa é o dia mais importante de todo o Ano Litúrgico. É o ápice da vida cristã e do caminho da Igreja. É a razão da nossa fé e da nossa esperança em Jesus Cristo: Ele venceu a morte como havia prometido!
A Aliança feita em Jesus é eterna. Não é corruptível como as demais; pelo contrário. A Aliança no sangue do Nosso Senhor é para sempre.
“A ressurreição de Cristo é o acontecimento mais fascinante da história humana, que atesta a vitória do amor de Deus sobre o pecado e a morte, e doa à nossa esperança de vida, um fundamento sólido como a rocha. Aconteceu o que era humanamente impensável. Jesus de Nazaré: Deus O ressuscitou, libertando-O das cadeias da morte”, disse o Papa Francisco.
A si, nosso amigo e leitor, desejamos uma Semana Santa repleta das bênçãos de Deus!