A santa de que precisamos em Tempos Modernos: Elena Guerra, a Religiosa que recordou ao Papa a importância do Espírito Santo

A santa de que precisamos em Tempos Modernos: Elena Guerra, a Religiosa que recordou ao Papa a importância do Espírito Santo

A santa de que precisamos em Tempos Modernos: Elena Guerra, a Religiosa que recordou ao Papa a importância do Espírito Santo

Passada a celebração da Solenidade de Pentecostes em que festejámos a vinda do Espírito Santo sobre a Santíssima Virgem Maria e os apóstolos e o início da vida missionária da Igreja, urge a necessidade de nos colocarmos como promotores de um “Pentecostes” diário, que vai além de um dia celebrativo.

Foi com esse grandioso desejo e rezando pelos rumos da humanidade, que a Beata Elena Guerra não só 'sentiu' e rezou, mas foi além, usando da ousadia dada pelo próprio Deus, provocando o Papa da época para que não deixasse o Espírito Santo "esquecido" na vida da Igreja.

Elena Guerra

Conhecida como a "Apóstola do Espírito Santo", a Beata Elena Guerra foi uma religiosa italiana, nascida em Lucca, em 1835. Com a juventude marcada por uma enfermidade, Elena dedicou-se às coisas de Deus, promovendo a fé através de grupos de amigos e, depois, através das "Filhas de Maria". Ali, nos seus apostolados, levava a Palavra de Deus e a cultura de Pentecostes, num ardente desejo de todos os dias viver os dons, carismas e colher os frutos do Espírito Santo.

Depois de algum tempo e de muitas experiências místicas, Elena fundou com algumas amigas e Filhas de Maria, a Congregação das Irmãs Oblatas de Santa Zita, com o carisma de se dedicar à educação cultural e religiosa da juventude. Uma das suas mais importantes alunas foi a também mística Santa Gemma Galgani, passionista.

Devoção ao Espírito Santo

Mas foi em 1886 que Elena Guerra sentiu o primeiro grande impulso para trabalhar para que o Espírito Santo fosse conhecido, amado e adorado em toda a Igreja.

Ali, com a ousadia própria dos santos, Elena escreveu ao Papa Leão XIII, pedindo que ele convidasse os fiéis a redescobrirem a beleza, a força e a presença da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade.

Na primeira carta ao Pontífice, ela escreveu, reforçando o desejo de que na luta contra o espírito mau que leva os homens ao pecado e à vida devassa, o Espírito Santo fosse o grande protagonista. “Santo Padre, o mundo é mau, o espírito de satanás triunfa na pervertida sociedade e uma multidão de almas se distancia do Coração de Deus. Nestas tristes condições, os cristãos não pensam em dirigir unânimes súplicas Àquele que pode ‘renovar a face da terra’.

Fazem tantas novenas e isso é bom. Mas, a única que foi pedida pelo próprio Salvador e feita por Maria Santíssima e os apóstolos, é agora quase completamente esquecida. São louvados pelos pregadores todos os santos, mas uma pregação sobre o Espírito Santo, quem a faz?”, reflectiu.

E ainda, com a mesma ousadia, exortou o Papa Leão XIII, questionando: “Quem, ó Santo Padre, pode fazer com que o Espírito Santo seja mais conhecido e mais honrado, senão o Vigário de Jesus sobre a terra, do qual não somente as ordens, mas também os desejos, possuem sobre os corações dos fiéis uma forte eficácia? E agradecendo aos céus, temos visto, como os bons católicos, somente pelo facto de o Papa dizer uma palavra, já fazem dela uma lei: lei de amor, e exultam em obedecer”.

Caneta de Ouro

Chamada de “Caneta de Ouro” por São João Bosco, a beata Elena Guerra escreveu centenas de cartas, seja para o Papa ou textos gerais. Destes, são conhecidos 740.

A maioria dos seus textos trazem a urgência da proximidade com o Espírito Santo de Deus, para que guie, ilumine e cuide da Igreja, da qual Ele é a Alma.

Elena pedia, então, ao Espírito Santo, clamando: “Espalha, suplico-Te, a Tua luz, a Tua graça, as chamas do Teu amor nas almas de muitos cristãos que vivem alheios ao carácter nobre, recebido no Baptismo, e parece que já não possuem mais nem mente nem coração, senão para as coisas mundanas”.

A troca de cartas entre a Ir. Elena Guerra e o Papa Leão XIII fez com que o pontífice escrevesse diversos documentos sobre o Espírito Santo, entre eles, em 1895, a Carta Apostólica Provida Matris Caritate, onde, pela primeira vez, foi pedido para que o povo de Deus rezasse uma novena solene ao Espírito Santo pela unidade dos cristãos.

Canonização

Elena Guerra, beatificada em 26 de Abril de 1959 por São João XXIII, teve, recentemente, o anúncio da autorização da sua canonização. No dia 13 de Abril, o Papa Francisco autorizou a promulgação da canonização da Beata Elena Guerra, aprovando o milagre necessário para esse passo.

Peçamos a intercessão da Beata Elena Guerra para que, cientes da urgência da acção do Espírito Santo nas nossas vidas, nunca O deixemos esquecido nas nossas histórias.

Beata Elena Guerra, rogai por nós!

Quarta, 22 de Maio de 2024