A Esperança que Reina: celebrando Cristo Rei
Chegamos ao fim de mais um ano litúrgico com uma grande certeza: Cristo Vive, Reina e Impera na nossa vida e na nossa história e, por isso, podemos acreditar que a esperança, além de não decepcionar, nunca passará!
São Pio X, quando ainda era apenas cardeal, exortou-nos sobre o reinado de Nosso Senhor:
"Jesus Cristo é Rei e Rei supremo. E como Rei deve ser honrado. O Seu pensamento deve estar na nossa inteligência; a Sua moral nos nossos costumes; a Sua caridade nas nossas instituições; a Sua justiça nas leis; a Sua acção na história; o Seu culto na religião; a Sua vida na nossa vida."
Solenidade de Cristo Rei
A Solenidade de Cristo Rei do Universo, celebrada, este ano, no dia 24 de Novembro, não só encerra o ano da liturgia, mas também nos recorda o reinado de Jesus: um reinado de amor, esperança e misericórdia, pois o Seu maior trono foi a Cruz, local onde, em silêncio e obediência, Se entregou para a nossa salvação.
Sempre que rezamos o “Pai-nosso” clamamos “venha a nós o Vosso Reino”. Mas que Reino é esse? É um Reino de amor e misericórdia, onde o Senhor Reina soberano, mas onde todos são irmãos, filhos no Filho, herdeiros de uma promessa que não ficará sem o seu cumprimento.
Viver o Reino aqui
Mas é preciso que, ao pensarmos no Reino que há-de vir, vivamos já aqui como herdeiros, como irmãos que não competem entre si, mas que são servos uns dos outros, como faíscas de uma esperança que brota do Sagrado Coração de Jesus que foi ferido por amor a cada um de nós.
A nossa vida deve comunicar este Reino preparado para nós. Por isso, é preciso lutarmos diariamente contra o pecado que nos mancha e nos rouba a dignidade de herdeiros; é preciso crescer nas virtudes que nos adornam como as pedras preciosas adornam a coroa dos que pertencem a um reino; é preciso aprendermos a amar em grau heróico, para que, ao olharmos para os nossos inimigos, queiramos pagar o mal com o bem, o ódio com o acolhimento, a indiferença com a misericórdia.
Reinar em nós
O primeiro local onde Cristo deve reinar, é no nosso coração, na nossa alma. É preciso darmos espaço para Ele, que é a cabeça da Igreja, reinar sem limitações. Assim, unidos ao Cristo Rei da Esperança, viveremos felizes, fiéis e fecundos até ao fim dos nossos dias na terra, a caminho da eternidade.
Sobre isto, diz São Josemaria Escrivá, fundador do Opus Dei e santo do quotidiano:
"Se deixarmos que Cristo reine na nossa alma, não nos tornaremos dominadores; seremos servidores de todos os homens. Serviço. Como gosto desta palavra! Servir o meu Rei e, por Ele, todos os que foram redimidos com o seu sangue. Se os cristãos soubessem servir! Vamos confiar ao Senhor a nossa decisão de aprender a realizar esta tarefa de serviço, porque só servindo é que poderemos conhecer e amar Cristo e dá-Lo a conhecer e conseguir que os outros O amem mais." (É Cristo que passa, 182)
Se o Rei Jesus disse que não veio para ser servido, mas para servir (Cf. Mt 20, 28), é nossa obrigação imitarmos a Sua humildade, desprendimento e esvaziamento (ou Kenosis).
Jesus é um Rei obediente ao Pai e nisso também devemos imitá-Lo. O Reino é para quem entendeu que a vontade de Deus é sempre boa, perfeita e agradável, e viveu essa verdade, com a consciência de que as escolhas meramente humanas são sempre banhadas por desesperança, indiferença e desconfiança da providência.
Consagremos a Cristo, Rei do Universo, a nossa vida, a nossa história e os nossos próximos passos, para que, em tudo, Ele reine, impere, governe e lidere.
Cristo Rei do Universo, tende piedade de nós e abençoai-nos!