Papa Francisco publica Carta Apostólica sobre o presépio
O Sumo Pontífice apresentou no dia 1 de dezembro, primeiro domingo do Advento e início do Ano Litúrgico uma carta apostólica sobre a importância da tradição de montar o presépio nas igrejas e na casa de cada cristão.
“Admirabile signum” ou “Sinal Admirável” relembra-nos da importância desse “monumento” criado há muitos séculos por São Francisco de Assis como sinal e memória da sublime simplicidade do nascimento do Salvador.
O lançamento do documento pontifício aconteceu justamente em Greccio, pequena cidade italiana onde o pobrezinho de Assis montou o primeiro presépio, que na época era composto por pessoas e animais e não com imagens.
Fomentar a tradição
O Papa Francisco apresenta como objetivo desta Carta Apostólica, “apoiar a tradição bonita das nossas famílias prepararem o Presépio, nos dias que antecedem o Natal, e também o costume de o armarem nos lugares de trabalho, nas escolas, nos hospitais, nos estabelecimentos prisionais, nas praças”.
O Papa que tem o mesmo nome do santo que está na origem do presépio é também um grande entusiasta e não cansa de fomentar aquilo que é simples na fé católica.
A simplicidade é a marca do seu pontificado, simplicidade essa tão presente nesse grande símbolo do tempo do natal. No presépio contemplamos o cenário simples onde o Rei do Céu quis nascer.
Um Pai carpinteiro, uma Mãe Menina que sempre fez a vontade de Deus, a criação presente nos animais, o Céu presente nos anjos, a humanidade representada pelos pastores e os poderosos pelos Reis Magos que presenteiam o Menino Deus.
Contemplar um mistério
“Representar o acontecimento da natividade de Jesus equivale a anunciar, com simplicidade e alegria, o mistério da Encarnação do Filho de Deus. De facto, o Presépio é como um Evangelho vivo que transvaza das páginas da Sagrada Escritura”, diz o Papa Francisco no início de sua carta.
Os seres humanos têm necessidade de “ver para crer”, como diria São Tomé. O presépio apresenta-se como este sinal, quase sacramental, daquilo de que temos certeza, mas que não tocamos com as nossas mãos.
O nascimento de Jesus toca as nossas vidas e, de forma especial, a nossa história. Ele recria o mundo nEle próprio e ensina-nos a ser humanos através de cada um dos seus gestos de simplicidade e proximidade. O presépio fala-nos de nós. Sim, o presépio conta a nossa história e nos dá esperança, pois, Deus nasce como nós!
Presépio, ternura de Deus
“Por que motivo suscita o Presépio tanto enlevo e nos comove? Antes de mais nada, porque manifesta a ternura de Deus. Ele, o Criador do universo, abaixa-se até à nossa pequenez. O dom da vida, sempre misterioso para nós, fascina-nos ainda mais ao vermos que Aquele que nasceu de Maria é a fonte e o sustento de toda a vida”.
As alegorias bíblicas falam- nos de um Deus que é amor e que faz tudo para vir ao encontro do Seu povo. Ele serve-se de símbolos, de profetas e reis. Fala através da sarça que arde sem se consumir, pelo anjo que evita que Abraão sacrifique Isaac e sobretudo fala-nos pela pobreza do Seu Menino que se torna nosso irmão.
O Nascimento de Jesus não é uma alegoria, mas uma realidade que toca as nossas vidas com amor. A realeza faz- se pobreza para ser acessível a todos e isso é pálpavel na simplicidade do presépio.
A simplicidade da Manjedoura do Deus menino não acolhe apenas os Reis Magos que podem dar presentes luxuosos. Mas também tem lugar para os pastores que só têm o próprio louvor e a simples oração para presentearem Aquele que nasce para salvar todos os povos.
Abramos o coração
O Papa Francisco encerra a sua Carta Apostólica com a seguinte prece: “Na escola de São Francisco, abramos o coração a esta graça simples, deixemos que do encanto nasça uma prece humilde: o nosso obrigado a Deus, que tudo quis partilhar connosco para nunca nos deixar sozinhos”.
Ainda dá tempo de montar o seu presépio. Não se preocupe com a grandiosidade ou com a qualidade das peças. Acolha o Deus simples também na simplicidade do presépio da sua casa.
Leia na íntegra a Carta “Admirabile signum”, clique aqui!