Santos como Jacinta e Francisco
Dia 20 de fevereiro, celebramos os pequenos santos portugueses Jacinta e Francisco, pastorinhos de Fátima.
Ao contemplarmos tal mistério de amor, vemos Nossa Senhora fazer jus ao que o seu próprio Filho Jesus dizia: “o Reino dos Céus é daqueles que têm coração de uma criança” (cf. Lc 18, 15ss).
Maria, Mãe de Deus, revelou aos irmãos Jacinta e Francisco e à sua prima Lúcia, segredos do seu Imaculado Coração sobre a situação da Igreja e da Sociedade em geral.
Hoje, continua a ser claro o convite que Deus nos faz a nós, devotos de Nossa Senhora de Fátima e dos pequenos santos pastorinhos: sede santos!
Santos na oração
Antes da Virgem aparecer, as pequenas crianças da família Marto receberam a visita do Anjo da Guarda de Portugal, o qual lhes deu a missão de rezar em reparação por tantos ultrajes cometidos contra os corações de Jesus e Maria.
“Não temais, sou o Anjo da Paz, orai comigo: Meu Deus eu creio, adoro, espero e amo-vos. Peço-vos perdão para os que não creem, não adoram, não esperam e não vos amam (...) orai assim. Os corações de Jesus e de Maria, estão atentos à voz de vossas súplicas”.
Noutra ocasião, o Anjo falou-lhes enquanto brincavam: “Que fazeis? Orai, orai muito. Os corações santíssimos de Jesus e de Maria, têm sobre vós desígnios de misericórdia”.
Mas não era só isso! As pequenas crianças rezavam porque cada vez mais crescia nelas o desejo de serem amigas íntimas de Jesus, em especial na eucaristia.
Jacinta, repetia sempre ao irmão e à prima: “Gosto tanto de dizer a Jesus que O amo”.
Santos no sacrifício
Muitos não conseguem ver nas crianças potenciais santos. Mas os pequenos “Marto” davam o exemplo, seguindo os pedidos de Nossa Senhora, para assim consolarem o coração de Jesus.
“Rezem, rezem muito e façam sacrifícios pelos pecadores, pois muitas almas vão ao inferno porque não há quem se sacrifique e peça por elas”, foi o pedido da Mãe de Deus atendido prontamente por eles. Jacinta, certa vez, encontrando um pedaço de corda, cortou-a em três partes e propôs que a amarrassem na cintura para sofrerem por amor a Jesus e pela conversão das almas. Todos aceitaram e assim o fizeram.
A Francisco, certa vez, lhe perguntaram: “Francisco, o que prefere? Consolar o Senhor ou converter os pecadores?”. O pequeno santo, sem titubear, respondeu: “Eu prefiro consolar o Senhor!”.
Santos na amizade com Deus
O desejo de santidade de Jacinta, Francisco e Lúcia vinha-lhes da certeza do céu. Não era apenas uma brincadeira de crianças como muitos podiam pensar, nem, como outros diziam, loucura ou mentira para chamar a atenção. O que realmente ocorria era que aquelas crianças tinham o coração disponível para consolar o coração do melhor Amigo que podiam ter.
“Não viu que triste estava Nossa Senhora quando nos disse que os homens não devem ofender mais o Senhor, que já está tão ofendido? Eu gostaria de consolar o Senhor e, depois, converter os pecadores para que eles não ofendam mais ao Senhor”. E continuou Francisco: “Logo estarei no céu. E quando chegar, vou consolar muito Nosso Senhor e Nossa Senhora”.
A morte deixou de ser um problema para eles; pelo contrário, era a certeza do encontro com esse grande Amigo e Senhor de quem Nossa Senhora cada vez mais lhes revelava segredos.
“Se nos matarem, não importa; vamos ao céu”, diziam os primos quando os perseguiam e lhes apontavam o dedo acusando-os de mentirosos. Quando Francisco morreu, por exemplo, Jacinta sofreu muito, mas dizia: “Sofro muito; mas ofereço tudo pela conversão dos pecadores e para desagravar o Coração Imaculado de Maria”.
Centenário da pequena pastorinha
Neste dia 20 de fevereiro de 2020, além da memória litúrgica dos dois santos, celebramos com carinho, o centenário da morte de Jacinta. Ambos os irmãos foram vítimas de uma epidemia de broncopneumonia.
Com os Pastorinhos de Fátima aprendemos a seguinte lição: a idade não tem nada a ver com a intensidade de vida espiritual e com a santidade... Em cada fase da vida o Senhor inspira-nos a entregar-nos a Ele e aos irmãos de uma determinada forma.
Por intercessão de Jacinta e Francisco, peçamos a Deus a graça da pureza de coração, da humildade e disponibilidade para consolar o coração de Jesus.