“Até o último homem” – porque toda a vida conta!

“Até o último homem” – porque toda a vida conta!

“Até o último homem” – porque toda a vida conta!

 

O filme lançado em 2016, dirigido por Mel Gibson (que também dirigiu “A Paixão de Cristo”) traz à tona o drama de Desmond T. Doss que, convocado para a Segunda Guerra Mundial, se recusa a utilizar qualquer arma contra os seus inimigos.

Para Doss, toda a vida conta e é possível encontrar paz num ambiente de caos e de tantas catástrofes.

Uma escolha

Desmond vai para a guerra, mas escolhe a vida como aliada, recusando-se a utilizar armas e a matar quem quer que seja, incluído aqueles com quem “oficialmente” luta.  A sua escolha tem consequências, chegando a ser ridicularizado pelos outros soldados, a quem resulta muito estranho que aquele homem não queira utilizar a defesa de quem vai para a guerra: uma boa arma!

Desmond Doss faz uma opção clara pela vida. Como médico do exército, salva vidas através do seu trabalho desenvolvido com empenho, do seu amor a Deus e do desejo de voltar vivo para casa, reencontrar a sua esposa e, finalmente, viver o romance que sempre sonhou.

Um herói

A sua recusa em participar em lutas sangrentas, não o impede de procurar salvar aqueles que fizeram essa escolha. O filme mostra momentos duros, onde muitos são feridos de forma profunda e muitos outros não escapam da morte.

Doss luta contra tudo o que acontece durante a guerra. Luta não apenas contra o facto de ter que matar, mas também contra os maus sentimentos que o assaltam. Luta contra ele mesmo. E luta contra tudo o que o impede de salvar vidas, de salvar até o último homem que estiver ferido, mesmo que em campo opositor.

Durante a Batalha de Okinawa trabalha na ala médica e salva mais de 75 homens, sendo condecorado, o que faz de Doss o primeiro opositor de consciência da história norte-americana a receber a Medalha de Honra do Congresso Americano.

A crítica

A crítica especializada comenta o modo cristão de Desmond Doss encarar a guerra. O filme é baseado na vida de um homem com o mesmo nome, que escolheu a vida, contrariando o próprio contrato de trabalho que o mandava “matar para defender”.

“Desmond sublinha a contradição do heroísmo americano: por um lado, não tirar a vida de uma pessoa é percebido como virtude, por outro lado, tirar a vida de inimigos que nos atacam, é considerado um ato heroico. De que modo se concilia o mandamento “Não matarás” com o patriotismo guerreiro? Até o Último Homem oferece-nos uma leitura didática, mas interessante, deste paradoxo. A primeira solução é retirar a humanidade do inimigo: os soldados mais sangrentos veem nos japoneses uma figura satânica, portanto digna de ser combatida com violência. A segunda é isentar-se de culpa pelo alter ego de grupo: não há problema em matar se isso for praticado por todos, como uma ordem direta dos superiores. Os soldados não se sentem responsáveis por cumprirem o que se espera deles. Talvez por isso a decisão do personagem principal soe como ofensiva: quebra o acordo tácito de que matar é algo defensável, contanto que todos o façam (...)  Existe espaço para a paz no meio da guerra, sugere o filme, assim como existe espaço para a religião enquanto homens se matam selvaticamente. A cena em que o batalhão espera pelo fim de uma prece antes de atacar o inimigo simboliza a ideia de que é possível matar e permanecer puro aos olhos de Deus”.

Contudo, o filme deixa clara a contradição entre a fé e a guerra e a sua impossível conciliação. 

Para onde caminhamos?

Como reflexão, para aqueles que sendo cristãos assistimos a este filme, fica a seguinte pergunta: estou disposto a dar a vida? Assumir o seguimento de Jesus implica ser “outro Cristo” e o que Jesus fez foi precisamente entregar a sua vida. 

Olhemos para os que convivem connosco e pensemos nas atitudes de salvação que temos tido em relação à vida dos outros: contribuo para que haja paz nas relações? Evito falar mal dos outros e sou capaz de valorizar o que cada um é? As minhas atitudes e palavras provocam consolo ou desconsolo?

Todos nós podemos salvar alguém sem irmos para a guerra. Lutemos para que até o último homem seja salvo e tenha vida em abundância.

Com informações de http://www.adorocinema.com/filmes/filme-208104/
O filme
26 de janeiro de 2017 (EUA)
2h 20min / Drama, Biografia
Direção: Mel Gibson
Elenco: Andrew Garfield, Vince Vaughn, Teresa Palmer

Assista o Trailer:

Quinta, 30 de Abril de 2020