O monumento
Interior
Sala São João XXIII
O Santuário de Cristo Rei dedicou uma sala ao Papa São João XXIII, tendo acontecido no seu pontificado a inauguração do Monumento; nesse mesmo dia, a 17 de maio de 1959, Sua Santidade fez-se presente através de uma radiomensagem.
Para além desta relação histórica, São João XXIII ofereceu um cálice ao Santuário de Cristo Rei, o qual lhe tinha sido obsequiado pelo Santuário de Nossa Senhora de Fátima, aquando da sua Peregrinação à Cova da Iria a 13 de maio de 1956, como Patriarca de Veneza.
Sendo o Santuário de Cristo Rei expressão do agradecimento do povo português a Deus pelo dom da Paz, encontram-se nesta sala oito quadros a óleo, da autoria do Arquiteto Sousa Araújo, alusivos à grande Encíclica Pacem in Terris de São João XXIII. Neste documento o Papa sintetiza a doutrina católica sobre a questão da paz, quando o mundo ocidental se encontrava em plena Guerra Fria.
Nesta mesma sala encontram-se ainda outros sete quadros do Arquiteto Sousa Araújo, alusivos a Encíclicas sociais escritas por diferentes Papas.
Através destas obras de arte queremos contribuir para o conhecimento do pensamento católico sobre as realidades sociais, e despertar em todos os visitantes, crentes e não crentes, o desejo e o compromisso de colaborarem na construção duma sociedade mais justa e solidária.






Capela de Nossa Senhora da Paz
Dentro dos quatro pilares do Monumento, símbolo dos quatro pontos cardeais, encontra-se a Capela de Nossa Senhora da Paz, da autoria do Arquitecto António Lino.
A imagem que dá nome à capela, de Nossa Senhora da Paz, é obra do Mestre Leopoldo de Almeida, sendo uma réplica da mesma imagem que foi oferecida à Igreja de Santo Eugénio, em Roma, por ocasião do Ano Santo de 1950.
Num dos escritos do Cardeal Cerejeira é afirmado o seguinte:
“… o Santuário de Cristo Rei será amanhã o Santuário Nacional na capital do País, que fechará o arco-íris da fé, da esperança e da paz, que nasce de Fátima e passa pelo Vaticano…”.
Este texto serviu de inspiração ao Arquiteto Sousa Araújo para a pintura que se encontra na Capela-Mor. O fresco alude à terceira Parte do terceiro Segredo de Fátima, podendo-se ver o Papa João Paulo II baleado, junto a uma Cruz tosca. A seu lado os milhares de mártires do Século XX e, em cada canto, um Anjo a derramar em vasos de cristal o sangue desses mártires pelo mundo inteiro.
No centro temos o tríptico alusivo à última Aparição de Nossa Senhora aos Pastorinhos, a 13 de Outubro de 1917. No topo deste quadro está Cristo a abençoar o mundo, envolvendo-o no Seu Coração.
Na parte oposta à Capela-Mor estão pintados três vitrais alusivos à Santíssima Trindade, segundo o Apocalipse de São João.
O frontal do Sacrário é enriquecido por um quadro a óleo alusivo ao Apocalipse de São João.
No corpo central da Capela podemos contemplar as 14 Estações da Via-Sacra, que evocam a actualidade da paixão de Cristo nos diversos sofrimentos dos seus membros.
Mais recentemente, desde 2018, e uma vez que o Monumento está consagrado ao Sagrado Coração de Jesus, encontramos também nesta capela uma escultura, da autoria de Marcos Augusto Dueñas.
Capela do Santíssimo
Cumprindo a sua missão, o Santuário de Cristo Rei procurou criar um ambiente propício à adoração eucarística, onde os adoradores podem centrar toda a sua atenção no Santíssimo Sacramento. Por trás do altar, está um painel de António Sousa Araújo Ecce Agnus Dei. No fundo da capela, encontra-se um quadro que retrata Nossa Senhora da Conceição Aparecida, padroeira do Brasil, oferecida pela Embaixada do Brasil. Nas paredes laterais, estão dois quadros pintor francês Serge Nouailhat, relacionados com a adoração, um com Santa Teresinha do Menino Jesus e outro com a Irmã Isabel da Tridande.
Terraço
Ao entrar na zona do elevador deparamo-nos com um espaço circular, que simbolicamente nos transmite a percepção do movimento em direcção a Deus. Através de uma abertura no tecto, podemos ver o fosso com 80 metros de altura, que liga o piso térreo ao terraço superior.
A 17 metros de altura existe um quadro de Sousa Araújo da Ascensão de Jesus aos Céus. No percurso de subida somos convidados a reflectir na nossa condição de peregrinos na terra, tendo o Céu como meta.
Ao cimo das escadas, a 84 metros de altura, encontramos a Capela dos Confidentes do Sagrado Coração de Jesus, inaugurada a 17 de Maio de 2008. No altar encontram-se as relíquias de alguns santos que contribuíram para a difusão desta espiritualidade: Santa Margarida Maria Alacoque, S. João Eudes, Santa Faustina Kowalska, religiosa polaca, a quem Jesus pediu, no Século XX, que fosse instituída uma festa dedicada à Sua Divina Misericórdia, no Domingo a seguir à Pascoa, e as relíquias da Beata Maria do Divino Coração, a quem Jesus, em 1899, pediu que escrevesse ao Papa Leão XIII para que consagrasse o género humano ao Seu Coração. Estes 4 confidentes estão representados em pinturas também aí expostas.

Por detrás do altar, podem ser observados dois baixos-relevos em bronze, que representam a Anunciação do Anjo a Nossa Senhora; e o Sagrado Coração de Jesus, que com uma mão no Seu Coração e a outra a apontar o relevo da Anunciação, nos recorda que o mistério insondável do Seu amor começou no ‘Sim’ de Nossa Senhora.
Chegados ao terraço, a 84m de altura, podemos apreciar a magnifica vista num raio de 20 Km, destacando-se a serra de Sintra e a cidade de Lisboa com os seus bairros típicos e monumentos históricos (norte); e parte importante da península de Setúbal, nomeadamente a serra da Arrábida e o Cabo Espichel (sul). É também aí onde melhor podemos contemplar a gigantesca imagem de Cristo Rei, com os seus 28 metros de altura, que de braços abertos e coração grande, nos convida a entrar no Seu repouso e a gozar da Sua paz.
Ainda no terraço encontramos um painel em azulejos pintados à mão, com cerca de 200 m2, alusivo ao livro do Profeta Daniel.