O que é o Sínodo sobre a sinodalidade?
Nos últimos anos temos ouvido falar bastante sobre um assunto muito caro ao Papa Francisco: a sinodalidade. Inclusive, esse será o tema do Sínodo dos Bispos que se realiza este ano no Vaticano e que discutirá assuntos importantes da vida da Igreja.
O que é um sínodo?
O que significa "sínodo"? A palavra sínodo quer dizer "caminhar juntos", portanto, esse evento será uma reunião para, à luz do Espírito Santo, se pensar sobre os caminhos que a Igreja de Cristo deve seguir.
O sínodo é uma escuta que o Papa faz dos demais bispos e de outros participantes, que este ano somarão quatrocentos e sessenta e quatro participantes (464) e trezentos e sessenta e cinco membros (365), dentre cardeais, bispos do mundo inteiro (inclusive da China), padres e leigos (homens e mulheres). Alguns são eleitores e outros não, mas todos participam nas discussões, partilhas e apresentações.
O Sínodo 2023
A edição de 2023 terá como tema “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação, missão” e acontecerá de 4 a 29 de outubro no Vaticano, pretendendo ser um encontro de discernimento e oração.
É importante que um sínodo tenha um carácter plural, garantindo uma representação da pluralidade existente na própria Igreja, com as suas múltiplas realidades eclesiais.
O caminho para este Sínodo 2023 começou em outubro de 2021 em Roma, mas também em cada diocese, de forma a que todas as Igrejas locais pudessem expressar-se e ser ouvidas.
Objetivo do Sínodo
Para que serve um Sínodo? No site oficial de notícias do Vaticano, o “Vatican News”, existe um documento preparatório que nos ajuda a entender um pouco melhor os objetivos do encontro:
“‘O caminho da sinodalidade é precisamente o caminho que Deus espera da Igreja do terceiro milénio. Este itinerário, que se insere no sulco da “actualização” da Igreja, proposta pelo Concílio Vaticano II, constitui um dom e uma tarefa: caminhando lado a lado e refletindo em conjunto sobre o caminho percorrido, com o que for experimentando, a Igreja poderá aprender quais são os processos que a podem ajudar a viver a comunhão, a realizar a participação e a abrir-se à missão. Com efeito, o nosso ‘caminhar juntos’ é o que mais implementa e manifesta a natureza da Igreja como Povo de Deus peregrino e missionário”.
Como funciona?
Uma das maiores novidades deste sínodo é o direito de voto de delegados (participantes) que não são bispos: sacerdotes, diáconos, leigos e, pela primeira vez, mulheres, que somam cinquenta e quatro votantes.
Segundo a “ACI Digital”, “normalmente, os bispos reúnem-se para discutir o tema proposto pelo papa. As propostas dos bispos são votadas e, quando aprovadas, entram num documento final da assembleia que é apresentado ao papa. Na posse desse documento o papa pode emitir um documento com validade para a Igreja universal”.
O Papa Francisco é um grande entusiasta da “sinodalidade” e da descentralização das decisões, por isso, propõe este “caminhar juntos” e juntos dar os próximos passos enquanto Igreja Universal, passos esses que afetarão a vida de todos os fiéis católicos, em todas as suas realidades.
“Uma jornada de acordo com o Espírito, não um parlamento para exigir direitos e reivindicar necessidades de acordo com a agenda do mundo, nem uma ocasião para seguir onde quer que o vento sopre, mas a oportunidade de ser dóceis ao sopro do Espírito Santo”, disse o Papa Francisco.
O que nos cabe a nós?
A nós, fiéis do mundo inteiro, cabe a oração e a intercessão por esse momento tão importante da nossa Igreja. Peçamos ao Espírito Santo, alma da Igreja, que conduza o Papa, os cardeais, bispos e todos os participantes, para que sejam sensíveis ao querer de Deus.