A prática das primeiras Sextas-feiras em honra ao Sagrado Coração
No nosso caminho de conhecimento, amor e devoção ao Sagrado Coração de Jesus Cristo, encontramos pistas valiosas sobre como nos aproximarmos cada vez mais do Senhor, da mesma forma que São João, apóstolo e evangelista, era conhecido por reclinar a cabeça no Coração de Nosso Senhor e Salvador.
Os santos que nos acompanham nesta jornada devocional, em particular Santa Margarida Maria Alacoque, Santa Gertrudes de Helfta e São Cláudio de la Colombière, apresentam-nos práticas especiais para crescermos em amor por Jesus e para reparar os pecados cometidos contra o Seu Sagrado Coração, tais como imoralidades, mentiras, heresias, depravações, blasfémias, entre outros.
As 9 primeiras Sextas-feiras
Uma dessas práticas devocionais é a das nove primeiras Sextas-feiras de cada mês, um dia especial para vivenciar o recolhimento, a comunhão e a adoração eucarísticas, bem como para demonstrar amor a Nosso Senhor. Tudo isso é feito para desagravar o Seu Sagrado Coração e reparar os inúmeros pecados cometidos contra Ele.
Esta prática devocional foi solicitada por Jesus na Sua aparição a Santa Margarida Maria Alacoque e é acompanhada por uma grande promessa que enche os nossos corações de esperança no Senhor e na Vida Eterna ao Seu lado.
A grande promessa do Sagrado Coração
Uma das promessas do Sagrado Coração de Jesus diz:
“Eu prometo, na excessiva misericórdia do meu Coração, que meu amor omnipotente concederá a todos os que comungarem durante nove primeiras Sextas-feiras do mês seguidas, a graça da penitência final; não hão-de morrer em pecado e sem receber os sacramentos, servindo-lhes o meu Coração de asilo seguro naquele último momento".
Mas como viver verdadeiramente essas Sextas-feiras de amor ao Sagrado Coração?
- A pessoa deve comungar na primeira Sexta-feira de cada mês, como indicado por Jesus na Sua aparição a Santa Margarida.;
- Essa prática deve ser realizada durante nove meses consecutivos, como uma novena, não devendo ser interrompida. Caso seja interrompida, a novena deve ser reiniciada;
- É necessário estar em estado de graça (não ter cometido pecado mortal) e fazer a prática com a intenção de honrar e desagravar o Sagrado Coração de Jesus. Não é obrigatório confessar no mesmo dia, mas pode contribuir para viver esta devoção com mais intensidade.
Uma devoção católica
Vale a pena ressaltar que as revelações recebidas por Santa Margarida foram de cunho pessoal. Assim sendo, não é uma obrigação para todos os católicos, contudo, é uma bela prática devocional, cheia de significados e, inclusivé, vivida por muitos pontífices, como o Papa São João Paulo II, que foi seu grande devoto. Ele chegou a dizer sobre a solenidade do Sagrado Coração: “Na solenidade do Sagrado Coração de Jesus, a liturgia da Igreja concentra-se, com adoração e amor especial, no mistério do Coração de Cristo. Quero dirigir hoje, com todos vocês, o olhar do nosso coração ao mistério desse Coração. Ele falou-me desde a minha juventude. Todos os anos, volto a este mistério no ritmo litúrgico do tempo da Igreja”.
O Papa Bento XVI também falou sobre o Sagrado Coração de Jesus, de forma especial num discurso proferido por ocasião do encerramento do Ano Sacerdotal. “O Coração de Jesus é trespassado pela lança. Aberto, torna-se uma fonte; a água e o sangue que saem remetem para os dois Sacramentos fundamentais de que vive a Igreja: o Baptismo e a Eucaristia. Do lado trespassado do Senhor, do seu Coração aberto, brota a fonte viva que corre através dos séculos e faz a Igreja”, ensinou.
Também o Papa Francisco, ao meditar sobre esta belíssima e providencial devoção, disse que “o Sagrado Coração é o ícone da paixão: mostra-nos a ternura visceral de Deus, a sua paixão amorosa por nós e, ao mesmo tempo, sob o peso da cruz e cercado de espinhos, mostra-nos quanto sofrimento custou a nossa salvação. Na ternura e na dor, este Coração revela, em suma, qual é a paixão de Deus: o Homem”.
Peçamos ao Senhor, pelos méritos do Seu Sacratíssimo Coração, que sejamos fiéis ao Pai e que tenhamos um coração Manso e Humilde como o d’Ele.