Pedras Pequeninas: Como as Crianças Construíram um Monumento de Fé e Esperança

Pedras Pequeninas: Como as Crianças Construíram um Monumento de Fé e Esperança

Pedras Pequeninas: Como as Crianças Construíram um Monumento de Fé e Esperança

Qualquer construção exige um investimento substancial e um planeamento cuidado. A edificação de um monumento católico, por sua vez, além do planeamento, depende da generosidade de muitos e do empenho de inúmeras mãos dispostas a ajudar de todas as maneiras possíveis.

O cumprimento da promessa

A construção do nosso Santuário e do monumento do Cristo Rei, inspirado no Cristo Redentor, do Brasil, e erigido como cumprimento da promessa feita a Jesus para que Portugal fosse poupado dos horrores da Segunda Guerra Mundial, não foi excepção. “Se Portugal fosse poupado da Guerra, erguer-se-ia sobre Lisboa um Monumento ao Sagrado Coração de Jesus, sinal visível de como Deus, através do Amor, deseja conquistar para Si toda a humanidade”, prometeram os bispos portugueses durante o seu retiro anual em 20 de Abril de 1940, em Fátima.

No entanto, só em 18 de Janeiro de 1946, um ano após o término da Segunda Guerra Mundial, é que os bispos anunciaram oficialmente a promessa da construção do monumento em honra a Cristo Rei. Foi então que a campanha de angariação de fundos começou a tomar forma e a ganhar ímpeto.

Pedras Pequeninas

E é aqui que entra a campanha “Pedras Pequeninas”, dirigida às crianças, para que também elas, mesmo com pouco, pudessem contribuir para a construção do nosso Santuário.

O envolvimento activo das crianças na angariação de fundos começou em 1939.

Era claro para todos que a contribuição financeira das crianças não seria avultada, mas que, em termos espirituais, pela sua pureza e coração aberto, traria um significado especial à construção do monumento.

Isto foi especialmente inspirado por um apelo do Papa Bento XV, que antes havia pedido às crianças que rezassem pela paz no mundo, assegurando que a sua oração era “omnipotente, por ser oração de inocentes”.  

A contribuição

Numa circular enviada aos padres e escolas, explicava-se a campanha da seguinte forma:

"No dia 28 de Dezembro, festa dos Santos Inocentes, todas as crianças católicas de Portugal iriam junto do presépio de Jesus Menino oferecer-lhe, com o nome de 'Pedras Pequeninas', os poucos ou muitos centavos que pudessem amealhar desde agora até esse dia. Ofereciam as suas pedras para com elas ser erguido o Monumento a Cristo Rei, em reparação da perversidade cruel com que Herodes matou os meninos de Belém para impedir que Jesus fosse Rei do seu povo. Tal oferta representaria também uma desforra santa dos Inocentes de então - primeiras vítimas da realeza de Cristo - tirada pelas crianças de agora".

Assim, a modesta oferta não seria apenas mais uma contribuição, mas um pequeno sacrifício de cada criança, que, ao doar um pouco do que recebia dos pais e familiares, ajudaria a glorificar Cristo e honrar os Santos Inocentes que morreram enquanto Herodes procurava o Menino Deus para matá-Lo e impedir que se tornasse rei.

A campanha das crianças, que tinha uma data para terminar, não cessou quando se esperava, no dia 28 de Dezembro de 1939, festa dos Santos Inocentes.

A iniciativa "Pedras Pequeninas" continuou até 1958, acumulando mais de 19 anos de contribuições inocentes para a construção deste magnífico monumento que hoje podemos admirar e que encanta todos os que visitam Portugal.

Oração

Com as crianças de ontem e de hoje, elevamos a nossa oração a Cristo, Rei do Universo, pedindo pela paz entre todas as nações. Que Ele, como Príncipe da Paz, Senhor do Tempo e da História, intervenha nas nações assoladas pela guerra e onde tantas vidas foram perdidas, para que a paz possa prevalecer e o amor orientar todas as coisas, protegendo, de forma especial, as crianças e os indefesos.

Cristo Rei, ouvi-nos!

 

Quarta, 24 de Abril de 2024