Eucaristia, fonte de milagres e prodígios

Eucaristia, fonte de milagres e prodígios

Eucaristia, fonte de milagres e prodígios

Na Eucaristia, Jesus não dá ‘alguma coisa’, mas dá-Se a Si mesmo; entrega o seu corpo e derrama o seu sangue. Deste modo dá a totalidade da sua própria vida, manifestando a fonte originária deste amor: Ele é o Filho eterno que o Pai entregou por nós” (Papa Bento XVI na Exortação Apostólica Pós-Sinodal Sacramentum Caritatis).

Neste belo caminho que temos feito sobre a adoração, hoje colocamo-nos diante deste mistério da Eucaristia, Corpo e Sangue do Senhor, como remédio para a alma, fonte de milagres e prodígios.

Jesus dá-Se a si mesmo

Como disse o Papa Bento XVI na Exortação Apostólica sobre a Eucaristia Fonte e Ápice da vida e da missão da Igreja, na Eucaristia, mais do que dar algo, Jesus dá-Se a si mesmo. E o que isso significa?

Ao entregar-se nas espécies do pão e do vinho consagrados durante a Santa Missa, Jesus, o Médico dos médicos, Aquele mesmo que curou tantas pessoas que encontrou ao longo do caminho enquanto caminhava sobre esta terra, passa a habitar em nós e, de dentro para fora, torna-se como uma fonte de cura, de milagres, prodígios e grandes sinais.

Mais importante do que Ele pode fazer, é a certeza de quem Ele é: Ele é o Filho de Deus, Aquele que por amor se deu numa cruz. E também, por amor, se fez pão e vinho para nos alimentar, para ficar connosco todos os dias até aos fins dos tempos.

Uma fonte de vida

Ao comungarmos com fé, tornamo-nos sacrários, moradas do próprio Senhor que se faz pequeno para também aceder às misérias da nossa alma, às feridas do nosso corpo e àquilo que trazemos no nosso coração. Sendo assim, cumpre-se o que Ele mesmo disse: "Quem crê em mim, como diz a Escritura: Do seu interior manarão rios de água viva" (Jo 7,38).

A Eucaristia, em si, já é um grande milagre: pão e vinho tornam-se corpo e sangue após a consagração. Não é "faz de conta" e nem "simbolismo". É uma realidade milagrosa de um Deus que naquela Ceia derradeira quis deixar um memorial vivo da Sua Paixão, Morte e Ressurreição. Não há milagre maior que este!

O grande São Tomás de Aquino, Doutor da Igreja, ensina-nos que "o efeito deste Sacramento também deve ser considerado pelo modo através do qual ele é trazido aos homens, que é por modo de comida e bebida. E por isto, todo o efeito que a bebida e a comida material realizam quanto à vida corporal, isto é, sustentar, crescer, reparar e deleitar, tudo isto realiza este Sacramento quanto à vida espiritual. E é por isto que se diz: 'Este é o pão da vida eterna, pelo qual se sustenta a substância de nossa alma'".

Sacramento que nos cura

Apesar de não ser um Sacramento de Cura, como a Reconciliação e a Unção dos Enfermos, a Eucaristia actua como remédio de imortalidade na nossa alma, mas também como remédio para o corpo que padece, para as dores que atormentam e até para a morte que nos assola.

São Tomás continua a ensinar-nos que "maravilhoso é este Sacramento em que uma inefável eficácia inflama os afectos com o fogo da caridade. Que revigorante maná é aqui oferecido para o viajante! Ele restaura o vigor dos fracos, a saúde dos doentes, confere o aumento da virtude, faz a graça superabundar, purga os vícios, refresca a alma, renova a vida dos aflitos, vincula uns aos outros todos os fiéis na união da caridade".

Para dar frutos...

Mas para que a Eucaristia dê frutos abundantes em nós, é preciso que a recebamos em estado de graça, de coração purificado e preparado com dignidade. 

Concluímos ainda com o ensinamento de São Tomás sobre esta situação. Ele ensina que "assim como deve-se dizer que o Sacramento da Eucaristia obtém a remissão dos pecados veniais, assim devemos também dizer que os pecados veniais impedem o efeito deste Sacramento (...) o fogo do nosso desejo ou do nosso amor é impedido pelos pecados veniais, que impedem o fervor da caridade”.

De coração preparado, aproximemo-nos do altar do Senhor para recebê-Lo na comunhão eucarística com o imenso desejo de sermos transformados, curados e libertos por essa fonte de milagres e prodígio.

Que a Virgem Maria, Mãe de Jesus e nossa, nos ajude a estarmos sempre prontos para o encontro com o Senhor.

Quarta, 17 de Julho de 2024