A vida da Virgem – Um livro sobre a Mãe de Jesus
Grandes santos da Igreja deixaram verdadeiros tesouros em forma de livros e documentos, os quais são para nós hoje um verdadeiro dom. “A Vida da Virgem” é uma dessas preciosidades.
O livro
Escrito por São Máximo, o Confessor, o livro apresenta-nos um itinerário da vida de Nossa Senhora, mas não só. Nele encontramos, como na maioria dos apócrifos, relatos de acontecimentos sobre os quais sempre tem havido curiosidade, por exemplo: como foi José escolhido para ser pai de Jesus? O santo patriarca era jovem ou ancião?
Não sabemos se o livro retrata esses factos de forma fidedigna, mas podemos, com os olhos da fé, contemplar a beleza de um Deus que não faz nada desconexo, sendo um grande pedagogo da vida e da verdade.
Sinopse
No site da editora brasileira “Ecclesiae”, encontramos a seguinte sinopse da obra:
A tradição atribui a São Máximo, por unanimidade, uma biografia da Virgem Maria que foi descoberta na sua versão georgiana. A data desta obra (teria sido escrita antes do ano 626) faz dela a mais antiga biografia da Virgem que até hoje conhecemos. Juntamente com as verdades fundamentais do dogma mariano, o autor destaca a profundíssima união de Maria com o seu Filho e o seu ministério, bem como a sua subsequente liderança junto aos apóstolos e à Igreja primitiva após a Ascensão.
A obra oferece amplas reflexões teológicas e exegéticas e acrescenta muitos pormenores da vida de Maria.
As tradições reunidas nesta primeira “Vida da Virgem” são de um valor incalculável pela perspetiva que oferecem do modo como os cristãos do fim da Antiguidade recordavam a Mãe do seu Senhor e de como interpretavam a sua importância na vida do Filho e nos primórdios da fé cristã. No fundo esta obra constitui um impressionante testemunho da profunda devoção que os cristãos sempre cultivaram à Mãe de Deus e nossa Mãe.
A leitura
Apesar da antiguidade do livro, escrito no século VII, a leitura é simples e leva-nos à meditação sobre a especial graça que Maria recebeu ao ser escolhida por Deus, desposada pelo Espírito Santo e redimida por antecipação dos méritos de Jesus Cristo.
Com parágrafos quase que poéticos, somos conduzidos a uma viagem pela vida de Nossa Senhora e daqueles que estiveram presentes ao longo da sua história, de forma especial, São José, aquele que também foi escolhido por Deus, para ser seu esposo e pai adotivo de Jesus.
São José
Sempre houve uma curiosidade sobre o modo como Deus escolheu São José dentre tantos homens para ser pai adotivo de Jesus. Ou ainda sobre a idade do santo patriarca e protetor da Igreja.
São Josemaria Escrivá, santo do nosso tempo, rebate as afirmações de que São José era idoso para preservar a castidade e a virgindade da Virgem Maria:
"Não estou de acordo com a forma clássica de representar São José como um ancião, ainda que com isso se tenha tido a boa intenção de ressaltar a perpétua virgindade de Maria. Eu imagino-o jovem, forte, talvez com alguns anos mais do que a Virgem, mas na plenitude da vida e do vigor humano. Para viver a virtude da castidade, não é preciso esperar pela velhice ou pelo termo das energias. A castidade nasce do amor e, para um amor limpo, nem a robustez nem a alegria da juventude representam qualquer obstáculo. Jovem era o coração e o corpo de São José quando contraiu matrimónio com Maria" (É Cristo que passa, 40).
Mas São Máximo, ao relatar a escolha de José para assumir a paternidade de Jesus, diz-nos o seguinte:
“José tinha então, mais de 70 anos de idade, e assim ninguém poderia levantar qualquer suspeita sobre o casamento. Era viúvo e pobre de posses materiais, para que em sua casa crescesse em estatura Aquele que se empobreceu para nos enriquecer com a Sua Divindade. Era carpinteiro de ofício, e mais hábil do que todos os outros carpinteiros, pois serviria o verdadeiro Arquiteto, o criador e carpinteiro de todas as criaturas. José era conhecido pelo seu trabalho e também pela sua virtude, piedade e boas ações” (A vida da Virgem, 17).
Bom, existem coisas que só saberemos quando (e se) chegarmos ao Céu. Lá saberemos se São José era jovem ou ancião. Mas isso não é de suma importância para a nossa fé.
Por fim…
Ao fim do livro, São Máximo faz uma oração de agradecimento por essa preciosidade “dada pelos céus” para o conhecimento e devoção da Virgem Maria:
“Ó Cristo, Rei da Glória, por meia da intercessão de Tua genitora, a Santíssima Virgem Maria, tem piedade e salva a alma do humilde Eltímio que, no Monte Athos, verteu do grego para o georgiano, este santo livro sobre a vida da santa Thetókos”.
Tem lido algo durante esta quaresma? Aproveite para aprofundar a vida dos santos, em especial São José, a quem de forma tão carinhosa, dedicamos todo este ano.
Virgem Maria e São José, pais do Redentor, rogai por nós!