São João de Deus, um homem que amou os pobres integralmente

São João de Deus

São João de Deus, um homem que amou os pobres integralmente

“A vocação do cristão é a santidade em todos os momentos da vida. Na primavera da juventude, na plenitude do verão da idade madura e, depois também, no outono e no inverno da velhice e, por último, na hora da morte” (São João Paulo II).

Continuando o nosso itinerário pela vida dos santos que nasceram e/ou viveram no nosso país, vamos hoje ao encontro de um homem apaixonado por Deus, pela Igreja, pelos pobres e pelos doentes, a quem doou a sua vida e converteu no centro da sua vocação e apostolado.

Vida de São João de Deus

São João de Deus nasceu como João Cidade, filho de André Cidade e Teresa Duarte. Ainda criança, foi levado por um padre para Oropesa (Espanha), onde foi pastor de ovelhas. Sendo jovem, aos 22 anos, alistou-se no exército dessa localidade. E nas idas e vindas entre a vida militar e a vida de pastor, contam que teria feito uma peregrinação a Santiago de Compostela.

A força do testemunho do apóstolo São Tiago tocou-o profundamente, contribuindo para despertar o seu coração para a fé. Ao regressar a casa, depara-se com uma terrível notícia, que o abala profundamente: seus pais tinham falecido! Este acontecimento provoca em João Cidade uma profunda crise espiritual.

Conversão de João Cidade

A conversão de João aconteceu em Granada, no dia do mártir São Sebastião, enquanto ouvia a homilia de São João de Ávila, o que o fez confessar publicamente os seus pecados e andar por toda a cidade batendo no peito com pedras e sujando o rosto com barro.

Ante esta sua atitude e o estado em se encontrava – sujo e ensanguentado – foi levado como louco para o Hospital Psiquiátrico Real, onde ficou durante bastante tempo.

Já mais tranquilo, consciente do que tinha vivido e contando com a ajuda de João de Ávila, saiu do Hospital Psiquiátrico e foi para um mosteiro no município de Guadalupe, em Espanha.

Transformando vidas

A experiência tida no hospício, gerou em João Cidade uma grande compaixão pelos que sofriam doenças psiquiátricas. O sofrimento gerou nele o impulso de conferir dignidade aos que realmente precisavam de ajuda para enfrentarem as suas enfermidades.

Regressando a Granada, fundou, em 1539, um hospital especializado em doenças contagiosas e incuráveis. João cuidava de tudo: acolhia os enfermos, dava-lhes banho, saía em busca de alimentos, cozinhava-os para alimentar os famintos, lavava a louça e as roupas, buscava água, cortava lenha, etc. Fazendo quase tudo sozinho, todos se admiravam com a ordem existente no seu hospital.

Nesse local fundou a Ordem dos Irmãos Hospitaleiros (ou Ordem Hospitaleira de São João de Deus, como hoje é conhecida) que tem por missão ser alívio e prestar auxílio aos mais necessitados, principalmente aos idosos e pessoas com enfermidades psiquiátricas.

A Congregação foi aprovada pelo Papa Pio V em 1572 e reconhecida em 1586 pelo Papa Sisto V como Ordem Religiosa.

João de Deus

Apesar de ser Religioso, João Cidade vestia-se com trapos, mas um dia, um bispo que o protegia diante de outros prelados e líderes religiosos, ordenou-lhe que deixasse de usar as vestes esfarrapadas para usar uma batina limpa, mesmo que sem muito luxo. E ainda esse mesmo prelado deu-lhe o nome de consagração: “Chamar-se-á João de Deus!”.

João de Deus (1495 – 1550) faleceu num momento de oração diante de um crucifixo aos 55 anos de idade, foi beatificado em 1630 pelo Papa Urbano VIII e canonizado em 1690 pelo Papa Alexandre VIII. O santo tornou-se padroeiro e protetor dos hospitais, enfermeiros e doentes.

Sobre ele se dizia: “Amou tanto a pobreza que se tivesse encontrado um anjo e um pobre, teria deixado o anjo e abraçado o pobre”.

Peçamos a sua intercessão para que, com espírito cristão, nunca nos tornemos indiferentes às dores daqueles que mais necessitam. São João de Deus, rogai por nós!

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