Nas Sagradas Escrituras não encontramos uma só palavra dita por São José. Muitas são, então, as curiosidades acerca do pai adotivo de Jesus, tendo os devotos diversas questões sobre a vida daquele que o próprio Deus escolheu para cuidar de seu Menino aqui na terra.
Apesar desse silêncio, São José nunca desamparou a Igreja, da qual é Patrono principal. A 13 de outubro de 1917, por exemplo, numa das aparições de Nossa Senhora de Fátima, aconteceu o chamado “Milagre do Sol”, no qual também São José apareceu e foi visto pelos pastorinhos. Não foi uma simples aparição. São José trazia num dos braços o Menino Jesus e com a outra mão abençoava o povo. Percebemos, então, que São José também nos traz a bênção de Deus, não sendo apenas uma figura passiva, mas alguém atuante na economia da salvação.
Ano de São José
Aproxima-se o fim do Ano dedicado a São José”; no dia 8 de dezembro findará esse tempo especial dedicado ao santo patriarca, com quem temos contado como poderoso intercessor neste momento particularmente difícil que o mundo tem vivido.
Vida e Glórias
O inglês Edward Healy Thompson, falecido em 1891, é o autor de “Vida e Glórias de São José” (“The Life and Glories of St. Joseph” – 1888). Durante muito tempo, Thompson foi anglicano, mas em 1846 converteu-se ao catolicismo, dedicando-se a partir de então à literatura religiosa.
Na sua obra sobre São José, Thompson passeia desde “José prefigurado na Sagrada Escritura quanto ao seu nome, vida e glória”, até “A vida interior de oração e contemplação em José”, “A inigualável fé e sabedoria sobrenatural de José” e “A glória de José no céu”.
São 452 páginas divididas em 40 capítulos que percorrem factos da vida do glorioso patriarca que não estão muito acessíveis a todo o povo de Deus, que é tão devoto do Patrono Universal da Igreja Católica.
José no Antigo Testamento
Logo no início, no capítulo intitulado “José prefigurado na Sagrada Escritura quanto ao seu nome, vida e glória”, encontramos o seguinte:
“Firmamos aqui o compromisso de falar não só da vida, mas das glórias de São José. Cabe-nos, portanto, exibir a glória que se lhe atribuiu por haver sido prefigurado na Sagrada Escritura – glória que não é somente notabilíssima, mas um sinal manifesto daquele grande amor e consideração especial que Deus teve por ele desde a eternidade (…) Em primeiro lugar, não há dúvida de que Deus planeou dar uma figura exata e detalhada de nosso santo na pessoa do antigo Patriarca José, filho de Jacó” (Vida e Glória de São José, p. 16 e 17).
A castidade de São José
Outra questão sempre presente sobre São José, é a sua castidade e a virgindade perpétua da Santíssima Virgem Maria, sua esposa. Inclusive, São Máximo, o confessor, no livro “A vida da Virgem”, conta uma história um tanto fantasiosa sobre como São José foi escolhido para pai de Jesus. Apresenta-o como um ancião, viúvo e pai de outros filhos. Tudo para justificar a sua escolha, pois seria mais fácil para a sociedade aceitar um idoso infértil com a Virgem, do que um jovem viril e cheio de vida. São Josemaria Escrivá, santo do cotidiano, diverge dessa história, dizendo que “quem não aceita um jovem casto, é porque não conhece o amor de verdade”.
Thompson também vai por essa via, ao dizer na sua obra:
“O Doutor Angélico Santo Tomás, indagando como a Santíssima Virgem poderia dar a sua mão a São José, considerando que havia feito voto de virgindade, responde que ela, antes de contrair matrimónio com o santo, foi certificada por Deus de que o próprio José havia tomado a mesma resolução de preservar a virgindade perpétua e, portanto, de que não se exporia a nenhum perigo ao unir-se a ele” (Vida e Glórias de São José, pg. 81).
São José neste tempo
Cada vez mais, a vida e devoção a São José se fazem necessárias. Ler “Vida e glórias de São José” de Edward Healy Thompson é um bom caminho para conhecê-lo e crescer nessa bondosa devoção, até porque, como dizia Santa Teresa D’Ávila, “não me lembro jamais de lhe ter rogado uma graça sem a ter imediatamente obtido”.
Pode adquirir a obra de Thompson em inglês neste link.
A leitura desta e de outras obras sobre São José apresentam-nos não um super-herói, mas um modelo de vida cristã possível e acessível.
Que ele rogue por nós e nos ajude a sermos homens e mulheres que vivemos já aqui as belezas e grandezas do Reino de Deus. Amém!