Diga «Maria» quando não souber rezar: 5 práticas diárias para honrar o Santíssimo Nome

Invocar o nome de Maria. Nossa Senhora em oração.

Diga «Maria» quando não souber rezar: 5 práticas diárias para honrar o Santíssimo Nome

O que é ser devoto de Maria? 

Ser devoto de Maria nada mais é do que amar a Deus e dedicar-se plenamente a Ele, servindo-O de todo o coração, com toda a alma e com todas as forças, conforme a Palavra nos convida a amar. É desejo de Maria que Deus seja o princípio e o fim último de qualquer devoção a Ela, quando A procuramos no caminho da oração.

A devoção a Maria está presente há mais de dois mil anos na vida dos cristãos e na Igreja, sendo uma poderosa forma de evangelização que se transmite de geração em geração, multiplicando-se nas diversas culturas, festas, orações e invocações em todo o mundo.

A sua devoção é um convite contínuo a amarmos mais Jesus. O próprio Senhor incentivou-nos do alto da Cruz, nas Suas últimas palavras, deixando-nos esta herança mariana, quando disse a João — o discípulo amado que A levou para sua casa:

«Ao ver a Mãe e, junto dela, o discípulo que Ele amava, Jesus disse à Mãe: Mulher, eis o teu filho”. Depois disse ao discípulo: Eis a tua Mãe”. E, a partir daquela hora, o discípulo recebeu-A em sua casa».

Porque honramos o nome de Maria?

A doutrina católica é clara quanto ao papel de Maria na Igreja e na vida dos cristãos, transmitindo, através dos dogmas marianos, verdades de fé ensinadas a todos os catequizandos: Maria é Mãe de Deus, pois a sua maternidade é divina; a sua virgindade é perpétua, tendo permanecido virgem antes, durante e depois do parto de Jesus; foi concebida sem mancha do pecado original, sendo a Imaculada; é a cheia de graça e a bendita entre todas as mulheres, que foi elevada ao Céu e assunta em corpo e alma, na sua gloriosa Assunção.

Estas verdades de fé, definitivas e inquestionáveis, instruem os fiéis ao longo da história a tê-La como intercessora poderosa e Mãe amada, que deve ser venerada, honrada e respeitada. Pelo Seu auxílio, quando suplicamos o Seu nome — «Maria» — a Sua ajuda torna-se o caminho mais rápido e eficaz para nos conduzir ao Pai, por Jesus Cristo, nosso Senhor, na unidade do Espírito Santo.

Quando não sabemos rezar e apenas dizemos «Maria», recorremos ao caminho mais curto, directo e seguro: o da escolhida por Deus. «Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo!» (Lc 1, 28). Ao invocarmos Maria, unimo-nos à saudação do Anjo Gabriel, reconhecendo que Ela é a via pela qual Deus quis salvar o mundo. Escolhendo Maria como Mãe, ligou a salvação da humanidade ao Seu «Sim» na Encarnação, no Seu ventre santo e virginal.

Portanto, corramos a Maria quando não soubermos como orar. Honramos o Seu nome, sabendo que, ao honrá-La com um culto especial, veneramos Aquela que é, por mérito, a «Mãe de Deus». A quem todos os fiéis suplicam pedindo a Sua poderosíssima protecção em todos os perigos e necessidades. Para Aquela que, como diz São João Damasceno, «é uma arma de salvação que Deus dá àquele que quer salvar».

Tal arma de salvação foi tão poderosa que até adiantou o milagre e a vida pública de Jesus quando, em Caná da Galileia, intercedeu pela falta de vinho na festa de casamento, pedindo a Jesus para que os noivos não fossem envergonhados:

«Como faltava o vinho, a Mãe de Jesus disse-Lhe: Não têm vinho”. Jesus respondeu-Lhe: Mulher, que pretendes de mim? Ainda não chegou a minha hora!”. A sua Mãe disse aos serventes: Fazei o que Ele vos disser”» (Jo 2, 3-5).

Nossa Senhora é Aquela que se coloca diante de Jesus, Seu Filho, para pedir por nós e nos ensinar sempre o que precisamos fazer para alcançarmos as graças.

A quem recorrer neste mundo moderno?

Se procuramos referências de vida para enfrentar os desafios da espiritualidade no nosso tempo, devemos ter cuidado com as nossas escolhas — sobretudo com os chamados “influenciadores”. Ao imitarmos e seguirmos tais exemplos, devemos sempre perguntar: estas pessoas conduzem-nos a Jesus, como Maria?

Quando dizemos «Maria», a paz aproxima-se logo, pois Ela é a Rainha da Paz, e leva-nos imediatamente a adorar o Seu Filho. Mas, se aqueles que seguimos nos afastam de Jesus e nos roubam a paz, é sinal de que devemos afastar-nos deles e pedir auxílio àquela que venceu o inimigo com o Seu amor perseverante, permanecendo de pé junto à Cruz do Seu Filho até ao fim.

Maria, a maior evangelizadora de todos os tempos, continua agraciada por Deus e sempre actual, porque é bem-aventurada em todas as gerações. Recorrendo a Maria, deixamo-nos influenciar por quem soube viver intensamente o projecto de Deus, com um «sim» pleno e incondicional à Sua vontade.

5 práticas simples para o dia-a-dia

A devoção a Maria não é emoção passageira, mas prática concreta que nos ensina a amar mais Jesus. Honrar o Santíssimo Nome de Maria significa imitar a Sua vida: fé, esperança, obediência, confiança, santidade, união com Cristo, doação, força no sofrimento e amor pleno a Deus.

Apresentamos agora cinco atitudes simples, mas ricas de sentido espiritual, que podem ser vividas diariamente:

  1. Invocar Maria nas tentações. Quando o coração vacila e a tentação surge, basta rezar: «Maria, Mãe de Jesus, sê o meu auxílio em todas as tentações». O Seu nome é uma arma de salvação, pois Ela conduz-nos a Cristo, nosso Redentor.
  2. Rezar o Angelus ou o Regina Caeli. Às 12h e às 18h, a Igreja convida todos a recordar, com Maria, o mistério da Encarnação. O Angelus (ou, no tempo pascal, o Regina Caeli) é pausa que santifica o quotidiano e nos ajuda a acolher a graça de Deus no meio das ocupações.
  3. Orar o Rosário. O Rosário é simples e repetitivo, mas é caminho de contemplação com Maria. Recorda os mistérios da salvação de Cristo e pode acompanhar-nos em qualquer momento: em casa, no trabalho, no transporte, ao caminhar. Cada conta rezada com fé traz-nos paz e graça.
  4. Cultivar um altar doméstico. Todo o lar cristão pode reservar um espaço para Maria: um pequeno altar, uma vela acesa, uma imagem sagrada. É sinal visível da protecção da Mãe de Deus sobre a família.
  5. Praticar a Caridade com Maria: A maior devoção mariana é imitar o Seu coração generoso. Maria, mesmo grávida, correu a servir Isabel. Também nós sejamos prontos na ajuda ao próximo, sobretudo aos mais frágeis e doentes.

Ao adoptar estas cinco atitudes devocionais, Maria vai alargando o nosso coração e, com o Seu Coração Imaculado, vai consagrando-nos, para que o nosso coração se torne cada vez mais semelhante ao Coração do Seu Filho. Com Maria aprendemos a rezar, a servir e a viver cada dia como discípulos fiéis ao projecto de Deus.

Como evitar exageros

Os teólogos e pregadores devem cultivar discernimento na difusão da devoção mariana, evitando tanto exageros como reduções minimalistas. É necessário permanecer fiéis ao Magistério, às Escrituras, à Tradição e à Liturgia, para que esta devoção não induza em erro (cf. Lumen Gentium 66-67).

São Bernardo de Claraval e o Nome de Maria

São Bernardo deixou uma das mais belas meditações sobre o Nome de Maria:

«E o nome da Virgem era Maria» (Lc 1, 27). (…)
Ela é verdadeiramente esta esplêndida estrela que devia levantar-se sobre a imensidade do mar, toda brilhante pelos seus méritos, radiante pelos seus exemplos.
Ó tu, quem quer que sejas, que te sentes longe da terra firme, arrastado pelas ondas deste mundo, no meio das borrascas e tempestades, se não queres soçobrar, não tires os olhos da luz desta estrela.
Se o vento das tentações se levanta, se os escolhos das tribulações se interpõem no teu caminho, olha a estrela, invoca Maria.
Se és agitado pelas vagas do orgulho, da ambição, da maledicência, da inveja, olha a estrela, invoca Maria.
Se a cólera, a avareza, os desejos impuros sacodem a frágil embarcação da tua alma, levanta os olhos para Maria.
Se, perturbado pela lembrança da enormidade dos teus pecados, confundido à vista das manchas da tua consciência, aterrorizado pelo medo do Juízo, começas a deixar-te arrastar pelo turbilhão da tristeza, a precipitar-te no abismo do desespero, pensa em Maria.
Nos perigos, nas angústias, nas dúvidas, pensa em Maria, invoca Maria.
Que o Seu nome nunca se afaste dos teus lábios, jamais abandone o teu coração; e, para alcançar o socorro da Sua intercessão, não descures os exemplos da Sua vida.
Seguindo-A, não te desviarás; rezando a Ela, não desesperarás; pensando n’Ela, evitarás todo o erro.
Se Ela te sustenta, não cairás; se Ela te protege, nada terás a temer; se Ela te guia, não te cansarás; se Ela te é favorável, alcançarás o fim.
E assim verificarás, pela tua própria experiência, com quanta razão foi dito: «E o nome da Virgem era Maria».

Em que momento Maria o encontrou esta semana?

Terminamos com um convite: em que momento Maria o encontrou esta semana?
Na pausa breve de uma oração? Num Rosário rezado em movimento? No cuidado a um enfermo?

Reconheça hoje a presença da Mãe de Deus, que deseja caminhar consigo e lembrar-lhe: quando não souber rezar, basta dizer com confiança: «Maria».

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